Apesar da pandemia e Selic, Santander está otimista sobre retomada no Brasil

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São Paulo – O Brasil pode ter uma retomada mais forte do consumo no fim do ano caso atinja pelo menos 50% da população vacinada contra o coronavírus até o terceiro trimestre, acredita o diretor-presidente (CEO) do Santander, Sérgio Rial.

Rial destacou que “a retomada da confiança da economia está diretamente relacionada à capacidade de vacinação” e que há estudos que mostram que quando um país chega perto do nível de 70% de vacinação há uma maior volta à normalidade, o que deve acontecer nos Estados Unidos, por exemplo, em breve.

“Os Estados Unidos estão em 50%, podem chegar a 70% em breve, e já estão vivendo certa efervescência, podendo ter um ‘boom’ de consumo no terceiro e quarto trimestres, junto com o fato de que a economia deles recebeu injeção de trilhões de dólares”, disse.

“No Brasil, se chegar acima de 50% no terceiro trimestre, acredito que o quarto trimestre pode ser forte mesmo com a Selic ascendente. Qualquer crescimento também já será muito melhor do que nos trimestres passados”, completou, em teleconferência com jornalistas após apresentação dos resultados financeiros do banco.

CRÉDITO

Mesmo com a piora da pandemia no Brasil principalmente em abril, o banco também segue otimista com a oferta de crédito este ano e afirma que é possível continuar mantendo um bom nível de crescimento entre os segmentos que está priorizando, como no crédito consignado, crédito imobiliário e crédito rural.

“É possível crescer algo por cima de 8%, 9%, estamos crescendo a 12% hoje”, prevê o diretor vice-presidente executivo e de relações com investidores, Angel Santodomingo, sobre o crescimento do crédito este ano, sem descartar que encerre 2021 também com um crescimento de dois dígitos.

Para o presidente do banco, uma das coisas que surpreendeu o mercado – que reage positivamente ao balanço do primeiro trimestre, com as ações subindo mais de 9% – foi o avanço do Santander na carteira de crédito dentro dos segmento que escolheram focar, destacando o segmento imobiliário.

“Isso ainda é efeito do novo Brasil, com taxa de juros estruturalmente menor, e o que também reflete em mais CPFs na Bolsa”, afirmou.

GETNET

Sobre a Getnet, negócio de máquinas de pagamento do Santander, Rial lembrou que a cisão da área foi aprovada recentemente por acionistas em assembleia e aguarda apenas a aprovação do regulador, o Banco Central (BC), com os planos de listagem da empresa na B3 mantidos para o terceiro trimestre deste ano.

Segundo Santodomingo, em maio o Santander deve entrar com todos os papéis junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para realizar o oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).