São Paulo – O anúncio de que a produção de concentrado de cobre na mina de Salobo (PA) está suspensa, devido a um incêndio ocorrido ontem, é negativa para a Vale, e se soma à notícia da paralisação da produção na mina de Onça Puma, também no Pará, anunciada na última segunda-feira (4). No entanto, a avaliação de analistas, até o momento, é que não haverá grandes impactos para a mineradora.
“Apesar do noticiário ser negativo, enxergamos limitado impacto nos resultados da companhia”, afirmaram os analistas da XP Investimentos, em relatório.
Segundo a XP, em 2020, o ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de Onça Puma e Salobo representaram, respectivamente, 0,4% e 6,2% do ebitda consolidado da Vale. Porém, destacam que, em Salobo, embora a produção tenha sido suspensa, as demais atividades, incluindo operações de mina e manutenção, prosseguem normalmente, e as estimativas preliminares da mineradora apontam o retorno da produção até o fim deste mês.
Em 2020, Salobo produziu 173 mil toneladas de cobre, representando cerca de 50% da produção total de cobre da Vale.
Já a paralisação de Onça Puma se deu após a companhia ter sido notificada da suspensão da licença de operação pela Secretaria do Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará por descumprimento das condições da autorização. De acordo com a XP, a mina Onça Puma é responsável pela produção de níquel no Brasil, tendo produzido 16 mil toneladas em 2020 9% da produção da Vale nesta commodity).
A mineradora afirmou que os impactos diretos estimados com a paralisação da mina de Onça Puma ainda estão sendo avaliados.
O analista da Mirae Asset Corretora, Pedro Galdi, também destaca as duas paralisações, mas não vê grande impacto nas ações, que acreditam que podem ter o seu movimento mais associado com os rumos das bolsas de valores no mercado global.
Às 13h23 (horário de Brasília), os papéis da mineradora (VALE3) tentavam se manter em alta apesar da queda do Ibovespa e subiam 0,21%, a R$ 75,12.
