São Paulo – O BTG Pactual considera que a evolução dos nove recursos interpostos contra a decisão da Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) de aprovar a fusão da SulAmérica com a Rede Dor sem restrições pode impactar negativamente as companhias, porque com a admissibilidade dos recursos, o processo provavelmente irá para o tribunal do Cade e levará mais tempo antes de chegar a uma decisão final. Mesmo assim, os analistas do BTG não acreditam em muitas mudanças, uma vez que o negócio já foi previamente aprovado pela equipe técnica do Cade sem restrições e nem foi classificado como ‘complexo’ pelo órgão.
“Vemos a negociação da SULA com um desconto de 4,3% em relação à taxa de troca de ações justa acordada, um desconto que pode aumentar após as notícias de ontem”, avaliam os analistas.
O BTG considera mais um avanço no processo o fato de ontem o relator do Cade para a transação ter se pronunciado sobre a admissibilidade dos recursos. A Rede D’Or tem 10 dias para se pronunciar sobre os recursos, continuando o processo. O prazo para final do Cade é de 240 dias, contados a partir do início do processo em junho de 2022, e a fusão ainda está pendente de aprovação pela ANS e pelo Banco Central.
Os recursos contra a decisão foram apresentados por empresas do setor como Beneficência Portuguesa, Oswaldo Cruz, HCOR, SírioLibanês, Hospital Albert Einstein, Mater Dei, Bradesco Saúde, Benevix e Supermed.
Os analistas do BTG lembraram, no entanto, que todas essas empresas já participaram do processo de aprovação do CADE como partes interessadas, questionando vários aspectos da fusão, mas seus esforços não foram suficientes para impedir que a Superintendência-Geral aprovasse sem restrições.
Alguns aspectos do negócio ainda precisam ser resolvidos, como iniciativas de governança corporativa, sinergias esperadas, e a extensão de possíveis ajustes na rede de provedores da Sulamérica, mas a visão do BTG é otimista. “Lembramos do histórico de alocação capital da Rede Dor que é o melhor da categoria e não pensamos que as coisas serão diferentes desta vez. Com RDOR também posicionada como sempre para consolidar o mercado brasileiro de HealthCare, e com as ações negociadas a 21x P/L 2023 (incluindo SulAmérica), reiteramos nossa classificação de compra.”