O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no programa semanal Café com o presidente, transmitido pelo CanalGov, disse que a economia do Brasil está crescendo, mesmo com as taxas de juros mais altas.
“Apesar do comportamento do Banco Central, a economia brasileira vai crescer”, disse. Ele falou também que deve se encontrar com a presidente do FMI, Kristalina Georgieva, na cúpula do G20, que acontecerá na India entre os dias 9 e 10 de setembro.
“Eles [o FMI] tinham previsto crescimento do Brasil de 1% neste ano, e crescemos mais. Vou mostrar para ela [Georgieva] que estavam errados”.
Ao falar da cúpula do G20, Lula disse que vai se discutir sobre meio ambiente e a luta contra a desigualdade. “Mais de US$ 2,3 trilhões foram destinados para a guerra na Ucrânia. Imagina se isso tudo fosse destinado para combater a fome, melhorar a saúde e ajudar outros países a se desenvolver?”, afirmou.
Lula falou também da aprovação da lei do Carf, que traz de volta o voto de qualidade para o governo. “Antes o empate em decisões no Carf era em benefício para o devedor. O Estado sempre quebrava a cara. O empate tem que ser a favor do governo, para que o pagamento dos tributos seja para fazer políticas públicas. O Estado não cria dinheiro, ele arrecada para depois devolvermos à sociedade”.
O presidente comentou sobre as mudanças feitas em alguns ministérios, como no do Esporte e de Portos e Aeroportos. “O governo precisa ter maioria para passar propostas importantes no Congresso. Os deputados não são obrigados a votar pela proposta do governo, e sim no que eles acreditam. Precisamos formar maioria para dar tranquilidade na aprovação das propostas e trazer as mudanças que o governo precisa”.
Ele fez críticas à aprovação da desoneração da folha de pagamento para alguns setores. “Quando se aprova a desoneração, você diminui a receita do governo federal, estados e municípios. Ela permite que seja feito um acordo entre empresários, trabalhadores e governo, mas se ele não for cumprido, o empresário fica com o lucro, não repassa para seus produtos e não ajuda em nada a economia”.
Ao comentar sobre decisões de ministros do STF, Lula disse que seria ideal que a sociedade não soubesse quais decisões cada ministro toma individualmente, e sim o resultado final. “Isso cria uma animosidade sobre a decisão de um ministro que algumas pessoas talvez não gostem. Daqui a pouco, ministro não vai poder mais andar na rua com sua família”.
O ministro da Educação, Camilo Santana, participou do programa com Lula, e falou dos projetos governamentais da pasta, como o da inclusão de alunos com deficiência intelectual nas salas de aula, aumento no valor da alimentação escolar, construção de novas escolas técnicas e universidades.