Após 9 altas, mercado volta a piorar previsão do PIB em 2020

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São Paulo – Os economistas ouvidos pelo Banco Central voltaram a piorar a previsão de queda do Produto Interno Bruto (PIB) do país neste ano após nove semanas seguidas de previsão de alta. Agora, o mercado projeta recuo de 5,31% da economia brasileira, de -5,28% antes. Há um mês, a previsão era de queda de 5,62%, segundo o relatório de mercado Focus, do Banco Central.

Já para os demais anos, o mercado financeiro manteve as estimativas e prevê uma arrancada da atividade econômica. A previsão de alta do PIB em 2021 permaneceu estável em 3,50% pela décima quinta semana, ao passo que as projeções de crescimento de 2,50% em 2022 e em 2023, cada, seguem inalteradas há 124 e há 79 semanas, respectivamente.

Outro destaque no documento do BC ficou com as estimativas sobre a Selic. Os economistas mantiveram a previsão para a taxa básica de juros neste ano em 2,00%, pela décima semana seguida, o que indica manutenção da Selic até dezembro. Para os próximos anos, as projeções também foram mantidas. 

Para 2021, a estimativa seguiu em 2,88%, de 3,00% quatro semanas atrás, enquanto para 2022 a projeção foi mantida em 4,50% pela segunda semana. Há um mês, a projeção era de 4,90%. Já para 2023, o mercado financeiro manteve a estimativa para a Selic 5,75%, de 6,00% há um mês.

Do lado da inflação, a previsão de alta do Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano passou de 1,77% para 1,78%, na quarta alta seguida. Para os próximos anos, as estimativas foram mantidas, sendo +3,00% em 2021, pela décima segunda vez; +3,50% em 2022 há 58 semanas e +3,25% em 2023 pela oitava semana seguida. Para os próximos 12 meses, a projeção seguiu em 3,00%, de 2,90% quatro semanas atrás.

As previsões para a taxa de câmbio também foram mantidas, ficando em R$ 5,25 ao fim deste ano, enquanto para  2021, a cotação do dólar em relação ao real foi mantida em R$ 5,00 pela oitava vez. Já para 2022, o mercado mantém a previsão alta do dólar a R$ 4,90, e por fim, em 2023, a projeção para o câmbio seguiu em R$ 4,85 pela segunda semana, ainda conforme o relatório Focus do Banco Central.

BALANÇA COMERCIAL

Os economistas consultados pelo BC mantiveram a previsão de superávit da balança comercial brasileira em 2020 em US$ 55 bilhões pela sexta vez seguida. Para 2021, a estimativa caiu de US$ 53,40 bilhões para US$ 53,35 bilhões, após duas revisões para cima, enquanto para 2022 recuou de US$ 50 bilhões para US$ 47,42 bilhões. Já para 2023, a previsão do saldo comercial positivo subiu pela segunda vez, de US$ 41 bilhões para US$ 48,70 bilhões.

Em relação à conta corrente, a estimativa de déficit para 2020 passou de -US$ 6,96 bilhões para -US$ 8,10 bilhões; para 2021 foi de -US$ 15,30 bilhões para -US$ 15,60 bilhões, enquanto para 2022 oscilou de -US$ 25,20 bilhões para -US$ 25,10 bilhões, na terceira revisão seguida. Já para 2023, a previsão de déficit das transações correntes ficou em -US$ 32,60 bilhões, após duas revisões seguidas.

Por fim, em relação ao Investimento Direto no País (IDP), a projeção para 2020 ficou em US$ 55 bilhões, de US$ 53,75 bilhões há um mês; subiu de US$ 64,00 bilhões para US$ 65,48 bilhões em 2021; avançou de US$ 70,73 bilhões para US$ 80 bilhões em 2022, mas permaneceu em US$ 75 bilhões para 2023 pela décima vez seguida, segundo o Focus.