São Paulo, SP – O BTG Pactual divulgou um relatório sobre o encontro com Glauco Humai, presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), para discutir as perspectivas do setor e as novas tendências em shoppings.
Segundo o banco de investimentos, a reunião reforçou sua visão positiva e mostrou que os
principais indicadores operacionais (vendas de inquilinos, ocupação e inadimplência) voltaram aos níveis anteriores à Covid, exceto tráfego de pedestres, que permanece abaixo dos números de 2019, embora isso seja mais do que compensado pelo maior ticket médio e maiores taxas de conversão de vendas, o que significa vendas ligeiramente acima dos níveis de 2019.
Segundo Humai, os shoppings estão constantemente ajustando seu mix de locatários para atender às necessidades dos consumidores e se adaptar às novas tendências. “O segmento de vestuário (ainda o número 1 de shoppings) está perdendo terreno para serviços, entretenimento e restaurantes, pois os shoppings não são apenas um lugar para consumir bens, mas também experiências”, explicou Humai.
“O encontro reforçou nossa visão positiva sobre os shoppings brasileiros. Como disse Humai (e nós concordo), os shoppings provaram sua resiliência em meio a um cenário muito difícil, e agora estão prontos para recuperar a rentabilidade e voltar a crescer (embora a um ritmo mais lento do que há duas décadas). Acreditamos que as avaliações são descontadas e a dinâmica dos lucros é sólida, explicando nossa postura positiva em relação aos shoppings. A Iguatemi (10,5x P/FFO 2024) continua nossa principal recomendação no setor”, concluiu o BTG.
Humai também comentou que os shoppings inicialmente ficaram de fora da Reforma Tributária, pois o setor estará sujeito à tributação diferenciada. Embora o resultado seja incerto, a Abrasce não espera grandes mudanças na alíquota geral do setor (embora algumas empresas poderão sofrer/beneficiar das alterações dependendo de seu estrutura).
MULTIPLAN
A corretora destacou ainda a visita que fez ao ParkShoppingBarigui, da Multiplan, em Curitiba (PR), para ver a expansão do projeto, que vai adiciona 15 mil m2 de ABL e será inaugurada em novembro de 2024.
Segundo a Multiplan, a expansão está 85% pré-locada e custará R$ 400 milhões, e o yield on cost (YOC) será de dois dígitos quando atingir a maturidade. Além disso, a Multiplan iniciará a expansão do DiamondMall, e pretende investir cerca de R$ 1,5 bilhão nos próximos anos em outras expansões.
O BTG mantém recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 33/ação, “devido ao seu portfólio prime de shoppings e avaliação atrativa (12,5x P/FFO 2024)”.