Após reduzir alavancagem e dívida, CSN prevê atingir metas

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São Paulo – Após já conseguir reduzir a sua alavancagem e dívida, a CSN prevê atingir metas ainda melhores em função do cenário positivo para a indústria do aço. A previsão é que a sua alavancagem (relação dívida líquida sobre ebitda ajustado) fique menor que 1 vez no segundo semestre, o que deve permitir que a empresa cresça organicamente e por meio de fusões e aquisições, além de poder pagar mais dividendos.

Há previsão de possíveis fusões e aquisições na sua área de cimentos, por exemplo, na qual a companhia também segue dando prosseguimento a planos de uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), assim como fez com a sua área de mineração.

“O conselho já aprovou o IPO da área e a ideia é fazer com junto M&A [fusões e aquisições, na sigla em inglês]. Nosso compromisso é maior também é com a desalavancagem, que já está dada e vai mais rápida do que o mercado esperava”, afirmou o presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, em teleconferência com analistas sobre os resultados do primeiro trimestre.

Steinbruch ainda disse que, com essa redução de alavancagem e melhora do perfil da dívida da companhia, que já resultou em melhora de ratings por parte de agências de classificação de riscos, pretende atingir o rating de “investment grade” (grau de investimento) ainda este ano, o que permitiria ter acesso a mais investidores em todo o mundo.

Questionada sobre o possível interesse em ativos de cimento da LafargeHolcim, que anunciou este mês que está saindo do Brasil, a CSN disse que está atenta a oportunidades e que é natural uma consolidação do mercado e cimento, depois de o setor ter sofrido recentemente.

PREÇOS

A expectativa da CSN é que a forte demanda chinesa e no mercado como um todo mantenha preços e custos elevados, o que deve levar a um novo aumento de preços do aço para seus clientes a partir de maio, depois de já ter anunciado um aumento em abril.

“Vamos implementar um aumento de preços que vai variar de 16% a 18% e acho que a cadeia vai absorver porque é questão de custos, não é peculiaridade da CSN, mas do mercado como um todo. E me atrevo a dizer que o terceiro trimestre também está garantido em termos de rentabilidade e resultados”, afirmou Martinez.

CHINA

A China está fazendo mudanças significativas na sua indústria siderúrgica em função de uma menor produtividade e adoção de medidas de combate à poluição, o que deve levar o aumento de importações de aço pela potência asiática, afirmou o presidente da CSN, Benjamin Steinbruch.

A CSN também está otimista com o cenário de exportações não só para China, mas para outros países para os quais já exporta, com previsão de obter margens melhores com essas vendas em meio a um cenário de preços mais elevados de commodities.

“Se tivéssemos como produzir mais, venderíamos mais para mercados europeus e norte-americano também. Já na China, está ocorrendo uma mudança significativa, ela está reduzindo produção de aço no interior e tomando medidas diferenciadas para liberar a importação, o que é inusitado”, afirmou Steinbruch, em teleconferência com analistas sobre os resultados do primeiro trimestre.

“A China abastecer o mundo é uma possibilidade, mas o mundo abastecer a China é difícil, ainda estamos tentando entender”, completou. A China é a maior produtora mundial de aço. Segundo dados da Associação Mundial do Aço (WSA, na sigla em inglês), o país produziu 94 milhões de toneladas em março, muito acima do segundo colocado, a India, que produziu 10 milhões de toneladas no período.

Danielle Fonseca / Agência CMA

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