Após reunião com Lula, ministro diz que militares envolvidos em atos antidemocráticos serão punidos

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Brasília – Após reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os comandantes das Forças Armadas, nesta sexta-feira, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou que serão tomadas providências em relação aos militares que participaram dos atos antidemocráticos e da depredação das sedes dos Poderes.

“Os militares estão cientes e concordam que vão ser tomadas essas providências. Evidentemente que, no calor da emoção, a gente prevista ter cuidado para que essas acusações sejam justas e para que as penas sejam justas”, afirmou. “Mas tudo será providenciado em seu tempo”, completou.

Para o ministro, “não houve envolvimento direto das Forças Armadas” nos atos do último dia 8 de janeiro, na Praça dos Três Poderes, quando o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) forma invadidos e depredados. “Se algum elemento individualmente teve participação, vai responder como cidadão”, afirmou.

O vandalismo na Praça dos Três Poderes, segundo José Múcio, não foi tratado na reunião. Para o ministro, os ataques aos três Poderes não se repetirão, pois as Forças Armadas vão se antecipar a eventuais atos antidemocráticos.

O encontro, conforme o ministro, serviu para distensionar a relação entre o presidente e as Forças Armadas, bem como para que Lula renovasse a confiança nos militares. “Evidentemente a gente não pode ficar nessa agenda única. A gente tem que pensar para frente, a gente tem que pacificar este país, a gente tem que governar”, afirmou.

O ministro disse que Lula passou a mensagem de entusiasmo e confiança no trabalho dos comandantes. De acordo com José Múcio, a reunião de Lula com a área militar aconteceria no final do mês ou no início de fevereiro, mas os relatórios do Exército, da Marinha e da Aeronáutica foram finalizados e a apresentação ao presidente foi antecipada.

Também participaram do encontro, o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, o economista Luciano Coutinho, e os comandantes do Exército, general Júlio Cesar de Arruda, da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, e da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno.

Conforme José Múcio, foram debatidos o fortalecimento da indústria de defesa no país e os mecanismos de financiamento dos programas. O ministro disse que devem ser buscados recursos extra orçamentários para bancar os projetos da área militar.