Ativa reduz previsão para o Ibovespa de 135 para 127 mil pontos em dezembro

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São Paulo – A Ativa Investimentos atualizou a projeção para o Ibovespa para 127 mil pontos em dezembro desse ano, de 135 mil anterior, incorporando as novas premissas macroeconômicas, taxa de desconto e os últimos resultados entregues.

“Sem a pretensão de acertar em cheio o valor do Ibovespa no último pregão do ano, nossa intenção, obviamente, é de dar um norte ao investidor e fazer um exercício quanto ao valor, em pontos, que o índice deveria ser negociado, considerando todas as variáveis e cenários”, comentou o chefe de pesquisas da Ativa, Pedro Serra, no relatório.

A análise aponta que a maior contribuição para a mudança do target vem da mudança na taxa de desconto e com pouca mudança nos resultados esperados. Nessa questão, praticamente todas as variáveis que compõem as taxas de desconto, tiveram mudanças para um nível mais caro, ou seja, que torna a taxa mais alta.

Em resumo, o CDS, sigla para Credit Default Swap, que mede o risco Brasil, a inflação, as taxas de juros de longo prazo e o prêmio de risco exigido pelo mercado, sofreram alterações altistas, sendo que este movimento já é sentido no mercado e nos preços dos ativos, com características de que vão perdurar nestes níveis ainda por um tempo.

Por fim, a Ativa diz que ainda é construtiva no longo prazo, dado o nível de prêmio na bolsa, mas não recomenda uma compra de A a Z, mostrando preferência por “empresas mais líquidas e em setores em que os fundamentos não estão piorando: petróleo minério; proteínas; bancos; consumo alta renda; shoppings e algumas histórias específicas.”

Além disso, o momento ainda será de alta volatilidade, aqui e lá fora, demandando cautela e paciência dos investidores.

O relatório também destaca, entre outros pontos, que a bolsa segue bastante descontada em relação ao seu histórico, sob a ótica da razão entre preço e lucro. Desde agosto de 2021, o P/L Ibovespa negocia em níveis muito baixos, entre 6 e 8 vezes.

“Enquanto as empresas, de uma forma geral, têm feito o dever de casa, o mercado segue sem um gatilho mais claro para uma precificação mais justa e isso deve permanecer até algumas semanas antecedentes às eleições presidenciais, onde teremos uma visibilidade maior quanto ao risco político, somado a uma trajetória de juros mais avançada e mais digerida pelo mercado”, diz o relatório da Ativa.