B3 lança Ultra Qualidade DI B3, novo índice de renda fixa baseado em debêntures

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Ricardo Cavalheiro, superintendente de Índices da B3. Foto: Divulgação B3.

São Paulo, 13 de fevereiro de 2025 – A B3, a bolsa do Brasil, lança um novo índice de renda fixa baseado em debêntures que possam fazer parte dos ativos aceitos como depósito em garantia pela Câmara B3. O Indice de Debêntures Ultra Qualidade DI B3 tem como objetivo fornecer um referencial que represente o desempenho médio dos preços das debêntures, com remuneração composta por DI (depósito interbancário), mais o spread.

As debêntures são títulos de dívida que geram um direito de crédito ao investidor e são emitidas por sociedades anônimas de capital aberto ou fechado e utilizadas para financiar projetos ou reestruturar dívidas da empresa.

Em dezembro de 2024, a B3 passou a permitir o uso de debêntures como garantia em operações. A medida teve como objetivo atender à crescente demanda dos participantes do mercado para ampliar o rol de ativos aceitos para cobertura de margem de risco em operações que envolvem a atuação da B3 como contraparte central. A partir da nova regra para aceitação de debêntures como garantia, foi possível criar a metodologia do novo índice.

A proposta do indicador é refletir de forma dinâmica tanto os pagamentos de eventos financeiros (juros, amortizações e prêmios) quanto os eventuais resgates ocorridos ao longo do tempo.

A composição inclui debêntures precificadas pela B3 que eventualmente possam fazer parte dos ativos aceitos como depósito em garantia pela Câmara B3, ou seja, não estão inclusas as debêntures perpétuas, conversíveis e permutáveis, debêntures de emissores que façam parte do mesmo grupo econômico da B3, ou que estejam em recuperação judicial ou extrajudicial na data de rebalanceamento.

A criação de um índice de debêntures significa mais uma contribuição para a ampliação do mercado de renda fixa no país. O indicador já está disponível e poderá ser utilizado como base para o desenvolvimento de novos produtos para os investidores como ETFs e contratos futuros, explica Ricardo Cavalheiro, superintendente de Indices da B3.

As debêntures selecionadas para compor o índice devem cumprir os seguintes quesitos, na data de rebalanceamento:

Preferencialmente, fazer parte do universo de ativos elegíveis como depósito em garantia nas operações, ratificado pelo time de riscos da B3 Ter remuneração composta por DI (Depósito Interbancário) + Spread Estar em consonância ao cumprimento da agenda de eventos financeiros Apresentar prazo de vencimento superior a um mês na data de rebalanceamento, de tal forma que o vencimento do ativo não aconteça durante o período de vigência da carteira teórica.

Este é um índice de Retorno Total, com carteira teórica de prazo médio superior a 720 dias corridos e com rebalanceamento mensal, para refletir eventuais mudanças ocorridas. As debêntures são ponderadas pelo valor de mercado, levando em consideração as quantidades de mercado ao longo da vigência do título.

B3 como principal provedora de índice do país

A criação do novo índice de debêntures reforça a estratégia da B3 de ser a principal provedora de índices do país e oferecer cada vez mais produtos que geram oportunidades reais para os investidores. Desde o Ibovespa B3, em 1968, a B3 já lançou mais de 40 índices, contemplando o mercado de ações e renda fixa.

Em 2022, a bolsa lançou uma plataforma de índices sob demanda. A partir de tecnologias de big data e metodologia ágil ela permite a criação de índices de forma rápida e eficiente para atender os pedidos do mercado. Apenas em 2024, a B3 lançou sete novos índices no mercado, seis deles derivados do Ibovespa.

Plataforma da B3 é novamente escolhida pelo Tesouro para negociação de títulos públicos

O Trademate, sistema para a negociação eletrônica de ativos de renda fixa da B3, foi mais uma vez escolhido pelo Tesouro Nacional como uma das plataformas oficiais para a compra e venda de títulos públicos federais.

Desde o lançamento, em agosto de 2023, a plataforma acumula um volume total próximo de R$ 4 trilhões em papéis públicos negociados no mercado secundário. Somente no ano passado, o montante alcançou R$ 2,7 trilhões. Atualmente, o valor médio transacionado em títulos públicos federais é de R$ 10,6 bilhões por dia.

O Trademate possui hoje 540 instituições cadastradas e responde por 13,3% dos negócios com papéis públicos no mercado secundário.

O mercado de renda fixa foi o grande destaque em 2024 e segue com potencial enorme de expansão no país, diz Fernando Bianchini, superintendente de produtos de Balcão da B3. Nesse contexto, é esperado um crescimento expressivo das negociações no mercado secundário. Estamos preparados não só para acompanhar essa evolução como para permitir, futuramente, que novos ativos possam ser transacionados de maneira segura e eficiente.

Esta é a 21a vez consecutiva que um sistema da B3 é reconhecido pelos chamados dealers, instituições financeiras credenciadas pelo governo para desenvolver os mercados primário e secundário de títulos públicos. Esse universo engloba nove bancos e três corretoras. A cada semestre, ocorre uma avaliação das plataformas concorrentes, de acordo com as participações em ofertas públicas e no mercado secundário de títulos públicos.

Trademate

A plataforma Trademate, que substituiu a antiga Trader, conta com funcionalidades automatizadas, infraestrutura desenvolvida em nuvem com alta disponibilidade e integração com os sistemas de pós-negociação da B3 e de terceiros. Possui ainda conectividade com outras tecnologias de negociação eletrônica da bolsa.

Além de títulos públicos e Créditos de Descarbonização (CBIO), o sistema permite a negociação de títulos de crédito privado no mercado secundário, novidade anunciada em outubro de 2024 e que engloba os seguintes ativos: Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA), Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI), Cotas de Fundos Fechados (CFF) e Debêntures.