O Comitê de Política Monetária (MPC) do Banco da Inglaterra (BoE) decidiu hoje mais cedo em reduzir em 0,25 ponto percentual (pp) a taxa de juros britânica, que agora está em 4,5%. A decisão foi de sete votos a favor da queda de 0,25 pp e dois votos favoráveis a uma redução maior, de 0,50 pp.
“Houve um progresso substancial na desinflação nos últimos dois anos, à medida que choques externos anteriores diminuíram e a postura restritiva da política monetária ajudou a conter os efeitos em cadeia e estabilizou as expectativas de inflação de longo prazo. Esse progresso permitiu ao MPC retirar gradualmente parte da restrição da política, mantendo, no entanto, a taxa de juros em território restritivo para continuar combatendo pressões inflacionárias persistentes”, diz um trecho do comunicado.
Segundo o banco, o índice de preços ao consumidor do quarto trimestre ficou em 2,5%, e as pressões inflacionárias internas estão moderando, mas ainda permanecem relativamente elevadas. O banco espera que a inflação suba para 3,7% no terceiro trimestre de 2025, devido a custos globais mais altos de energia e mudanças nos preços regulados, embora as pressões inflacionárias internas devam continuar a diminuir. “O crescimento do PIB foi mais fraco do que o esperado, mas espera-se que se recupere a partir do meio deste ano. O mercado de trabalho continua a se equilibrar, mas o crescimento da produtividade tem sido mais fraco do que o estimado”, continua o comunicado.
Além disso, os membros do MPC acreditam que há riscos em torno da persistência da inflação e incertezas em torno das trajetórias da demanda e da oferta na economia que podem ter implicações para a política monetária. Caso haja uma fraqueza maior ou mais duradoura na demanda em relação à oferta, isso pode pressionar para baixo as pressões inflacionárias, garantindo um caminho menos restritivo da taxa de Juros bancários. “Se houvesse uma oferta mais restrita em relação à demanda, isso poderia sustentar pressões domésticas de preços e salários, consistente com um caminho de política monetária relativamente mais apertado”.
O Comitê afirma que vai continuar monitorando os riscos de persistência da inflação e o que as evidências em evolução podem revelar sobre o equilíbrio entre oferta e demanda agregadas na economia. “A política monetária precisará continuar restritiva por tempo suficiente até que os riscos de a inflação retornar de forma sustentável à meta de 2% no médio prazo tenham se dissipado ainda mais. O Comitê decidirá o grau apropriado de restritividade da política monetária em cada reunião”, conclui o comunicado.