São Paulo – O Banco da Inglaterra (BoE) aumentou a taxa básica de juros do Reino Unido em 0,25 ponto percentual (pp) nesta quinta-feira (23), elevando-a de 4% para 4,25%. A decisão veio em linha com as expectativas do mercado.
O veredito do BoE é mais um exemplo de como os banqueiros centrais de todo o mundo seguem comprometidos a reduzir a inflação apesar das recentes turbulências no sistema bancário global.
Em seu comunicado, o banco central informou que o Comitê de Política Monetária (MPC) abordará os últimos acontecimentos do mercado financeiro na próxima reunião, que acontecerá em maio.
“O MPC fará uma avaliação completa de todas as notícias desde o relatório de fevereiro, incluindo as implicações econômicas dos recentes desenvolvimentos do mercado financeiro e do setor bancário, como parte de sua próxima rodada de previsões de maio”, diz o texto.
Segundo o BoE, o Comitê de Política Financeira (FPC)considera que o sistema bancário do Reino Unido “continua resiliente” e pode aguentar um período de taxas mais altas.
“O FPC julga que o sistema bancário do Reino Unido mantém capital robusto e fortes posições de liquidez e está bem posicionado para continuar apoiando a economia em uma ampla gama de cenários econômicos, inclusive em um período de taxas de juros mais altas.A avaliação do FPC é que o sistema bancário do Reino Unido continua resiliente”, assinala o banco.
A decisão acontece no dia seguinte ao anúncio de uma inesperada reaceleração do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do país. A inflação do Reino Unido subiu 1,1% em fevereiro em relação a janeiro e 10,4% em base anual, segundo dados oficiais.
De acordo com o Comitê, o mercado de trabalho do país continua aquecido e apresentou “crescimento do emprego mais forte do que o esperado no segundo trimestre de 2023 e uma taxa de desemprego estável em vez de crescente”.
Desta forma, o BoE alerta que pode ter de subir as taxas novamente. “O MPC continuará monitorando de perto as indicações de pressões inflacionárias persistentes, incluindo o aperto das condições do mercado de trabalho e o comportamento do crescimento dos salários e da inflação de serviços”, diz o comunicado.
“Se houver evidências de pressões mais persistentes, será necessário um maior aperto na política monetária”, conclui.