São Paulo – O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) manteve a taxa básica de juros do Reino Unido inalterada em 0,1% e os estoque de compras de ativos em 895 bilhões de libras, sinalizando um aumento nos juros nos próximos meses para retornar a inflação para a meta de 2%.
A decisão do Comitê de Política Monetária (MPC, na sigla em inglês) sobre os juros foi aprovada por sete votos a favor e dois contrários, que optaram por uma alta de 0,15 ponto percentual (pp) na taxa, para 0,25%. Já o programa de compra de ativos foi mantido por seis votos a favor e três contrários, que votaram pela redução das aquisições mensais.
Segundo o BoE, “a pressão de alta sobre a inflação deve se dissipar com o tempo, à medida que a interrupção do fornecimento diminui, a demanda global se reequilibra e os preços da energia param de subir”. Como resultado, a inflação deve recuar materialmente a partir do segundo semestre do próximo ano.
“A inflação está projetada para ficar abaixo da meta de 2% no final do período de previsão”. Segundo o BoE, o comitê continuará com o foco nas perspectivas de médio prazo para a inflação. “Nessa reunião, o Comitê concluiu que a atual postura de política monetária continua adequada”, diz o banco.
“O Comitê avalia que, desde que os dados recebidos, principalmente sobre o mercado de trabalho, estejam amplamente em linha com as projeções centrais do Relatório de Política Monetária de novembro, será necessário aumentar a taxa de juros nos próximos meses para retornar a inflação de forma sustentável para a meta de 2%”.
Com relação à economia, a atividade cresceu no terceiro trimestre deste ano, embora em ritmo mais lento do que o projetado em agosto, devido a interrupção nas cadeias de abastecimento, enquanto o ritmo acelerado de crescimento da demanda global por bens gerou gargalos de abastecimento em alguns setores.
Segundo o BoE, também tem havido alguns sinais de demanda de consumo mais fraca no Reino Unido. Ainda assim, a expectativa é de que o PIB se recupere dos efeitos da covid-19 e volte ao nível do quarto trimestre de 2019 no primeiro trimestre de 2022.
Já a inflação deve acelerar pouco menos de 4% em outubro, alcançar 4,5% em novembro e permaneça em torno desse nível durante o inverno, atingindo cerca de 5% em abril de 2022, acima do esperado em agosto, antes de desacelerar. “A inflação está projetada para ficar um pouco acima da meta de 2% em dois anos e logo abaixo da meta no final do período de previsão”.