Banco do Brasil avalia eventual desvio de finalidade na realização da Agrishow

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São Paulo – O Banco do Brasil disse que, em relação ao cumprimento do contrato de patrocínio à feira agrícola Agrishow, que começou em 1 de maio e termina hoje, em Ribeirão Preto (SP), vem analisando o cumprimento das cláusulas contratuais, inclusive em relação a eventuais desvios de finalidade na realização do evento, a fim de tomar as medidas cabíveis caso evidenciado descumprimento do contrato, em observância aos deveres de diligência e de lealdade exigidos dos administradores pela Lei nº 6.404/1976.

O BB disse ainda, à CVM, que “o patrocínio à 28a. edição da Agrishow, feira onde o banco tem presença desde 1994, quando da sua primeira edição, foi aprovado pelas instâncias decisórias competentes na governança do Banco do Brasil. O Banco do Brasil está presente na feira, atuando comercialmente na realização de negócios e atendimento aos seus clientes, apresentando performance exitosa, gerando entre os dias 1 de maio e 4 de maio mais de R$ 2 bilhões em volume de negócios, superando a expectativa inicial que era de R$ 1,5 bilhão.”

A informação foi dada em resposta à ofício da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que questionava o anúncio de retirada do patrocínio ao evento, feito pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, devido à descortesia com o ministro. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse ao portal “G1” que foi desconvidado da Agrishow e que a organização da feira queria constrangê-lo politicamente, ao adiar a sua participação para que ela acontecesse depois do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Segundo o jornal “Valor Econômico”, o BB informou, em 1 de maio, em nota, que iria manter seu estande para atender os clientes e não citou a questão do patrocínio. Segundo apurou a reportagem do jornal, o contrato do BB com a Agrishow tem cláusulas que podem ser acionadas caso a finalidade do evento, que é a realização de negócios, seja desvirtuada. Ou seja, se a Agrishow for transformada em palco para manifestações contra o atual governo, o banco pode cobrar até sanções financeiras.