Banco do Brasil passa a atuar em todo ciclo do mercado de carbono

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São Paulo – O Banco do Brasil assinou os primeiros contratos no mercado de créditos de carbono nesta quinta-feira (29) – três projetos de originação de créditos de carbono nos biomas Amazônia e Cerrado – e agora prevê realizar dezenas de operações deste tipo, informou a instituição. O banco também assinou seu primeiro negócio de comercialização de créditos na região Sul do país.

De acordo com o presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, a proximidade do Banco com clientes permite atuar gerando valor em diversas etapas do ciclo do mercado de carbono. A partir de análises em 80 propriedades por todo o país, nossas equipes técnicas mapearam cerca de 500 mil hectares de terra que podem ser habilitadas para o Mercado de Carbono. Desse total, 150 mil hectares ganharam o status de pré-avaliados para viabilidade de projetos, explicou o CEO, em nota.

O banco destacou que a celebração dos contratos conta com proprietários rurais de todas as regiões do Brasil e atribuiu a amplitude da localização dos projetos à sua capilaridade, força da sua atuação no agronegócio e capacidade de aproximação com clientes e parceiros.

A iniciativa é desdobramento do evento Mercado Global de Carbono, que aconteceu em maio deste ano, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, quando o BB anunciou um conjunto de iniciativas para apoiar seus clientes na originação e comercialização de créditos de carbono.

Comercialização

Em uma das frentes anunciadas hoje, o Banrisul assinou uma intenção de parceria na área de sustentabilidade para a aquisição de créditos de carbono para compensação de suas emissões diretas de gases de efeito estufa (escopo 1), com foco em mudanças climáticas. Em um primeiro momento, está prevista a utilização da plataforma de intermediação de compra de crédito de carbono do Banco do Brasil para compensar as suas emissões diretas relativas ao ano de 2021.

O presidente do Banrisul, Cláudio Coutinho, afirmou: Compreendemos a importância dessas ações para avançar em direção a uma economia de baixo carbono. Nesse sentido, estamos unindo forças e contando com a expertise do Banco do Brasil, que já realiza importantes projetos neste novo mercado.

Para a compensação, prevê-se a utilização de um projeto desenvolvido no próprio Rio Grande do Sul, por meio da intermediação do BB na contratação de energia de uma hidrelétrica localizada na divisa entre os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Originação

Na ponta da originação, o BB também firmou contratos com três grandes proprietários rurais nos biomas Amazônia e Cerrado, com áreas potenciais de preservação que somam mais de 70 mil hectares e expectativa de geração de 290 mil créditos de carbono/ano.

Esses projetos coordenados pelo BB e parceiros contemplam a categoria desmatamento evitado, mas já há projetos mapeados de outras categorias como eficiência energética, reflorestamento e agricultura de baixo carbono.

Os projetos são desenvolvidos e estruturados por empresas parceiras com expertise de atuação no mercado voluntário de carbono. A metodologia utilizada para elaboração dos projetos são a de desmatamento evitado REDD+ – reduções de emissões de gases de efeito estufa e aumento de estoques de carbono florestal.

Certificação

O Banco do Brasil utiliza o padrão Verra, largamente utilizado no mercado voluntário de carbono e que atualmente tem sido o mais valorizado. Criada em 2005, a Verra é reconhecida internacionalmente pela sua expertise e excelência técnica em certificar projetos de redução de emissões de gases do efeito estufa (GEE), com benefícios positivos sociais e à natureza gerados pelos projetos de carbono.

Um deles é de uma propriedade localizada no município de Ipixuna (AM), com área preservada de 17,3 hectares de floresta amazônica, com potencial para geração de cerca de 112 mil créditos de carbono por ano, durante vinte anos.

O outro é de projeto com área preservada de 16.280 hectares de no bioma Cerrado, com potencial para a geração de cerca de 50 mil créditos de carbono por ano, durante vinte anos. O terceiro projeto é de produtor agrícola com área preservada de 28,1 mil hectares de floresta amazônica e potencial para a geração de cerca de 124 mil créditos de carbono por ano, durante vinte anos.