O governador do Banco do Japão (BoJ), Kazuo Ueda, afirmou que o banco central continuará aumentando as taxas de juros caso a economia japonesa apresente melhorias consistentes. No entanto, destacou a importância de avaliar cuidadosamente diversos riscos antes de decidir o momento adequado para novos ajustes. Entre as incertezas apontadas estão as políticas econômicas do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, e o panorama salarial no Japão. O primeiro-ministro Shigeru Ishiba, por sua vez, prometeu implementar medidas para aumentar o salário-mínimo e estimular o consumo doméstico, enfatizando sinais positivos na economia japonesa após anos de deflação.
Ueda reforçou que os aumentos de juros estão condicionados à continuidade das melhorias econômicas e ao avanço rumo à meta de inflação de 2%. Apesar do aumento nas taxas de juros para 0,25% no ano passado, o BoJ ainda não definiu o momento exato para novos ajustes. Enquanto alguns investidores esperam um aumento na reunião de janeiro, outros apostam em março ou datas posteriores. A decisão dependerá, em parte, da capacidade das empresas japonesas de manterem altos níveis de aumento salarial, mesmo diante da desaceleração global e de potenciais tarifas mais altas impostas pelos Estados Unidos.
Nesta semana, o relatório trimestral do BoJ sobre as economias regionais, previsto para quinta-feira, pode fornecer mais detalhes sobre a visão do banco em relação aos salários. Além disso, o vice-governador Ryozo Himino deve oferecer pistas sobre o momento de novos ajustes em sua declaração e coletiva de imprensa no dia 14 de janeiro. Paralelamente, o rendimento dos títulos de 10 anos do governo japonês atingiu 1,125% nesta segunda-feira, o maior nível em 13 anos e meio, refletindo as expectativas do mercado por um possível aumento de juros em breve.
