São Paulo – O Banco do Japão (BoJ) manteve sua política monetária inalterada, com a taxa de depósitos em -0,1% e a meta para juros de 10 anos perto de zero, em meio a um novo estado de emergência devido à pandemia de covid-19, e prevê inflação bem abaixo da meta de 2% nos próximos anos.
A decisão foi aprovada por oito votos a favor e um contrário. O BoJ reiterou que continuará comprando sem limites os títulos do governo japonês, e manteve o limite de compras anuais de ETFs (fundo de índice, ou exchange-traded fund, em inglês) em 12,0 trilhões de ienes e o de compras anuais de fundos imobiliários com cotas negociáveis em bolsa em 180 bilhões de ienes.
O banco também manterá o limite de compras de commercial papers e de títulos de empresas em cerca de 20 trilhões de ienes no total até o final de setembro de 2021.
“O banco acompanhará de perto o impacto da covid-19 e não hesitará em tomar medidas adicionais de afrouxamento, se necessário, e também espera que as taxas de juros de políticas de curto e longo prazo permaneçam em seus níveis atuais ou inferiores”.
Com relação aos preços, o banco prevê alta de 1,0% no núcleo da inflação, que exclui preços de alimentos frescos, no ano fiscal de 2023, que termina em março de 2024. Para o ano fiscal de 2021 a previsão foi revisada para baixo, de 0,5% para 0,1%, e para 2022 passou de 0,7% para 0,8%.
Segundo o BoJ, os preços devem continuar ligeiramente negativos por enquanto, afetados principalmente pela covid-19 e por uma redução nas tarifas de telefonia móvel.
O BoJ espera alta de 4,0% no Produto Interno Bruto (PIB) japonês no ano fiscal de 2021, ante projeção de 3,9% divulgada em janeiro. No ano fiscal seguinte, a economia deve crescer 2,4%, ante previsão anterior de 1,8%, e avançar 1,3% no ano fiscal de 2023.
“A economia do Japão acelerou como uma tendência, embora tenha permanecido em uma situação severa devido ao impacto da covid-19 em casa e no exterior”, diz o BoJ. “As perspectivas de atividade econômica e preços são pouco claras, pois pode mudar dependendo das consequências da covid-19”.
Segundo o Banco do Japão, o nível de atividade econômica do Japão, principalmente no setor de serviços presenciais, “deverá ser menor do que antes da pandemia por enquanto”, ao mesmo tempo em que a economia deve recuperar-se com a redução gradual do impacto da pandemia.