Banco Mundial corta projeção de alta do PIB global de 2,7% para 2,5% em 2020

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São Paulo – O Banco Mundial reduziu a previsão de crescimento da economia global em 2019 e em 2020 para 2,4% e 2,5%, respectivamente, de 2,6% e 2,7% estimados em junho do ano passado. O órgão também cortou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 em 0,2 ponto porcentual, para 2,6%, e previu expansão de 2,7% em 2022.

Segundo previsões, o crescimento econômico mundial será impulsionado neste ano pela a recuperação gradual do comércio e investimento em relação à fragilidade significativa do ano passado, mas riscos negativos persistem.

Já a projeção do Banco Mundial para as economias avançadas caiu de 1,7% para 1,6% em 2019 e de 1,5% para 1,4% para este ano. O órgão manteve a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 em 1,5%, a mesma taxa de expansão projetada para 2022.

O Banco Mundial diz que essa desaceleração das economias avançadas se dá, em parte, em função da debilidade contínua no setor manufatureiro.

Para as economias emergentes, a projeção do Banco Mundial caiu de 4,0% para 3,5% em 2019 e de 4,6% para 4,1% para este ano. O órgão também cortou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 em 0,3 ponto porcentual, para 4,3%, e previu expansão de 4,4% em 2022.

A expansão dos países emergentes e em desenvolvimento, segundo o Banco Mundial, não será abrangente, mas pressupõe um desempenho melhor de um pequeno grupo de economias maiores, das quais algumas estão saindo de um período de fragilidade substancial.

O documento indica ainda que aproximadamente um terço das economias emergentes e em desenvolvimento deve desacelerar neste ano em razão da debilidade das exportações e investimentos.

BRASIL

O Banco Mundial reduziu a previsão de crescimento da economia brasileira em 2019 e em 2020 para 1,1% e 2,0%, respectivamente, de 1,5% e 2,5% estimados em junho do ano passado. O órgão, no entanto, elevou projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021 em 0,2 ponto porcentual, para 2,5%, e previu expansão de 2,4% em 2022.

De acordo com o Banco Mundial, a economia brasileira tem sido beneficiada por condições mais favoráveis aos empréstimos e pelo progresso na agenda de reformas econômicas. Ao mesmo tempo, as dúvidas sobre a implementação destas reformas daqui para frente são listadas como um dos riscos ao crescimento do Brasil.

“No Brasil, Rússia e África do sul, a elevada incerteza em torno das políticas deve sofrer moderação. No entanto, a recuperação nestes países deve ser frágil por causa dos contínuos desafios associados à implementação de reformas, das sanções ou de gargalos de infraestrutura”, disse o Banco Mundial.

O órgão espera que o aumento na confiança dos investidores após a aprovação da reforma da Previdência, no ano passado, somada ao avanço de outras reformas – como a tributária -, a facilitação do crédito e melhoras graduais no mercado de trabalho ajudarão a impulsionar os investimentos e o consumo privado, o que servirá de base para a recuperação da economia.

EUA

O Banco Mundial reduziu a previsão de crescimento da economia norte-americana em 2019 para 2,3% de 2,5% estimados em junho do ano passado. Para 2020, no entanto a previsão subiu de 1,7% para 1,8%. O órgão também elevou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 em 0,1 ponto porcentual, para 1,7%, a mesma taxa de expansão projetada para 2022.

A desaceleração da economia norte-americana este ano com relação ao ano passado reflete, segundo o Banco Mundial, o impacto negativo de aumentos anteriores de tarifas na guerra comercial com a China e também as incertezas provocadas por esse ambiente.

CHINA

O Banco Mundial reduziu a previsão de crescimento da economia da chinesa em 2019 e em 2020 para 6,1% e 5,9%, respectivamente, de 6,2% e 6,1% estimados em junho do ano passado. O órgão também cortou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 em 0,2 ponto porcentual, para 5,8%, e projetou expansão de 5,7% em 2022.

“Essa é a primeira vez que a China registra um ritmo de expansão abaixo de 6% desde 1990, em meio a uma desaceleração no crescimento da produtividade do trabalho e ventos externos contrários”, diz o Banco Mundial em relatório.

O crescimento da China, segundo o órgão, desacelerou mais do que o esperado em meio à queda da demanda doméstica e ao aumento das tensões comerciais. “A incerteza da política comercial e as tarifas mais altas no comércio com os Estados Unidos pesaram sobre a confiança dos investidores durante a maior parte de 2019. O crescimento da produção industrial atingiu níveis mínimos de vários anos”, diz o Banco Mundial em relatório.