O Banco Mundial, em seu relatório de perspectivas econômicas para o Leste Asiático, divulgado hoje (2), traz a informação de que, embora o crescimento econômico do leste asiático deverá ser forte em 2023, a China deverá ter um desempenho aquém do esperado, devido à lenta recupueração da sua economia.
“Em 2024, a melhoria das condições externas ajudará o crescimento no resto da região, mas as persistentes dificuldades internas na China o enfraquecimento da recuperação da reabertura da economia, a dívida elevada e a fraqueza no setor imobiliário, fatores estruturais como o envelhecimento pesará sobre o crescimento na China, abrandando-o para 4,4% em 2024”, diz um trecho do relatório. Para 2023, a previsão de crescimento se mantém em 5,1% na China.
A região da Ásia Oriental e Pacífico continua a ser uma das regiões de crescimento mais rápido e mais dinâmicas do mundo, mesmo que o crescimento esteja moderando, afirmou a vice-presidente do Banco Mundial para a Ásia Oriental e Pacífico, Manuela Ferro. A médio prazo, a sustentação de um crescimento elevado exigirá reformas para manter a competitividade industrial, diversificar os parceiros comerciais e libertar o potencial de aumento da produtividade e de criação de emprego do setor dos serviços.
O setor de serviços, em especial, podem ter um papel mais importante no crescimento das economias da região, segundo o Banco Mundial. “As exportações de serviços cresceram mais rapidamente do que as exportações de bens. E o crescimento do investimento direto estrangeiro nos serviços excedeu o da indústria transformadora na China, Indonésia, Malásia, Filipinas e Tailândia”.
De acordo com o relatório, o desempenho econômico da China hoje é moldadd pela forma como cresceu no passado e pela forma como pretende crescer no futuro. e o que acontece na China é importante para toda a região. “Uma redução de 1% em seu crescimento está associada a uma redução em crescimento regional em 0,3 pontos percentuais”, informa o documento.
Por conta do investimento pesasdo em infraestrutura e propriedades no passado, as empresas chinesas e governos adquiriram grandes dívidas. “A razão agregada da dívida interna não financeira em relação ao PIB da China é superior a dobrou de 132% em 2007 para 285% em 2023. O ambiente externo também se tornou mais difícil, com uma procura externa mais fraca pesando sobre o crescimento no curto prazo e tensões geoeconômicas que restringem o acesso a tecnologias críticas”.
Assim, a China hoje está em busca de motores de investimentos com base no consumo e inovação, mas a queda nos preços dos imóveis e o envelhecimento da população são alguns dos entraves.
“O Indice de Preços ao Produtor diminuiu em média 0,4% ao mês em janeiro-julho de 2023, com a deflação ameaçando aumentar o peso real da dívida e corroer os lucros das empresas. Reformas estruturais mais fortes, com redes de segurança social mais fortes, maior regulação previsibilidade para investimentos em produtos inovadores e verdes poderiam ajudar a relançar o consumo e o investimento, criando uma base para um crescimento inclusivo e sustentável”, conclui.
O crescimento do PIB na região do leste asiático será maior nas Filipinas em 2023, segundo o relatório, que será de 5,6%, e de 5,8% em 2024. Por outro lado, no Camboja, o crescimento será de 5,5% em 2023 e de 6,1% em 2024.