Banco Mundial reduz expectativa de crescimento do PIB da China para 2,8% em 2022

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Foto: Freeimages.com/ Gary Tamin

Um relatório divulgado nesta terça-feira pelo Banco Mundial, o World Bank East Asia and the Pacific Economic Update, traz a expectativa do banco para o crescimento do leste asiático e dos países da região do oceano Pacífico. No documento, o crescimento dos países da região será impulsionado pelo aumento na demanda doméstica pós-pandemia, com exceção da China.

O banco estima o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 5,3% em 2022 para estes blocos de países, ante 2,6% no ano anterior. Já para a China, a estimativa é de 2,8% em 2022, bem diferente do crescimento expressivo de 8,1% em 2021. Já para 2023, a expectativa de crescimento é de 4,6%.

A recuperação econômica está em andamento na maioria dos países do Leste Asiático e do Pacífico, disse a vice-presidente do Banco Mundial no Leste Asiático e Pacífico, Manuela V. Ferro. À medida que se preparam para desacelerar o crescimento global, os países devem abordar as distorções das políticas domésticas que são um impedimento ao desenvolvimento de longo prazo.

No caso destes países, a recuperação da demanda é devido às restrições impostas durante o período mais agudo da pandemia. Por outro lado, a China, cuja produção corresponde a 86% do total da região, teve seu desempenho afetado pelos severos lockdowns impostos a regiões com surtos da doença.

Mas o horizonte não se mostra muito positivo, segundo o relatório. A desaceleração econômica global está começando a diminuir a demanda pelas exportações de commodities e produtos manufaturados da região. O aumento da inflação no exterior provocou aumentos nas taxas de juros, que por sua vez causaram saídas de capital e desvalorizações cambiais em alguns países do Leste Asiático e do Pacífico.

À medida que os países da região procuram proteger as famílias e as empresas dos preços mais altos dos alimentos e da energia, as medidas políticas atuais proporcionam um alívio muito necessário, mas aumentam as distorções políticas existentes.

Os formuladores de políticas enfrentam uma difícil troca entre combater a inflação e apoiar a recuperação econômica, disse Aaditya Mattoo, economista-chefe do Banco Mundial no Leste Asiático e no Pacífico. Controles e subsídios atrapalham os sinais de preços e prejudicam a produtividade. Políticas melhores para alimentos, combustível e finanças estimulariam o crescimento e protegeriam contra a inflação.