Bancos centrais devem medir risco climático no sistema financeiro, diz Bailey

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São Paulo – O presidente do Banco da Inglaterra (BoE), Andrew Bailey, disse que os bancos centrais ao redor do mundo podem se unir aos governos no combate às mudanças climáticas entendendo como afetam o sistema financeiro, incorporando a gestão de risco climático e buscando práticas melhores.

“As três principais áreas do nosso trabalho são, em primeiro lugar, melhorar a compreensão dos riscos financeiros relacionados ao clima em todo o sistema financeiro e macroeconomia; em segundo lugar, desenvolver e incorporar a gestão de risco climático nas empresas financeiras que regulamos; e, por fim, buscar alcançar as melhores práticas por meio de nossas operações como banco central”, afirmou ele em discurso preparado para evento sobre o clima organizado por bancos centrais.

Na terça-feira, em um discurso sobre o mesmo tema, Bailey afirmou que os bancos centrais tinham um papel mais secundário no combate às mudanças climáticas e que cabia aos governos o papel de elaborar e implementar medidas que de preservação do meio ambiente.

“O trabalho do Banco da Inglaterra neste espaço está firmemente dentro dos limites de nossa missão de manter a estabilidade monetária e financeira. Temos um papel importante a desempenhar, mas são os governos, empresas, investidores e indivíduos que têm as decisões mais difíceis e impactantes para conduzir a transição para uma economia de emissão líquida zero”, disse ele.

No discurso de hoje, Bailey pede que os bancos centrais de unam para o que muitas autoridades consideram que será a próxima crise global após a turbulência provocada pela pandemia do novo coronavírus.

“Bancos centrais, reguladores e formuladores de políticas se uniram após a crise financeira para reformar o sistema para que pudesse resistir melhor a choques futuros. Como antes, devemos nos unir novamente para enfrentar a ameaça das mudanças climáticas. Mas, ao contrário de antes, não podemos esperar até o rescaldo para fazer isso”, afirmou ele.

Bailey não tratou de economia ou da política monetária durante o discurso sobre o clima.