Bank of America analisa dados de crédito e mantém recomendação para Itaú, Banco do Brasil e ABC

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São Paulo – O Bank of America (BofA) divulgou hoje uma análise sobre os dados de crédito de outubro revelados pelo Banco Central do Brasil, que mostrou sólido crescimento da carteira de crédito, melhores spreads, mas maior índice de inadimplência.

A carteira de crédito cresceu 16% na comparação anual, mantendo o ritmo de setembro, ainda impulsionada pelo melhor desempenho das pessoas físicas (+20% em relação a outubro de 2021) do que das pessoas jurídicas (+10%). NPLs pioraram outros 10bp, para 3,0%, na comparação a setembro deste ano, sugerindo um retorno gradual aos níveis pré-pandêmicos.

No entanto, os NPLs de cartão de crédito se deterioraram 30pb, em comparação a setembro, atingindo 8,2%. Já os spreads de crédito aumentaram 120pb, na comparação mensal, refletindo a expansão de 160pb para pessoas físicas, enquanto os spreads corporativos melhoraram 40pb. O relatório do Banco Central mostrou ainda que o crédito a pessoas físicas cresceu 20% em outubro, mesmo patamar que o mês anterior. Embora o crescimento tenha sido impulsionado por linhas sem garantia, o crédito consignado acelerou, indicando uma abordagem mais cautelosa na originação.

Enquanto os cartões de crédito cresceram +36% na comparação anual, o crédito consignado acelerou para +15%, e o crédito imobiliário manteve-se estável em 14%. O crédito a empresas desacelerou para 10%, com um crescimento mais fraco das grandes empresas, enquanto as PME mantiveram o ritmo (+14%).

O crescimento da carteira foi suportado pelos bancos privados nacionais, alta de +20% na comparação anual, enquanto os bancos estatais expandiram 14% e os bancos estrangeiros expandiram 10%.

“Embora os dados do Banco Central mostrem sólido crescimento dos empréstimos, melhores spreads e deterioração controlada da qualidade dos ativos, continuamos seletivos em relação aos bancos. Há diferentes tendências entre os bancos sob nossa cobertura, com Itaú e Banco do Brasil apresentando melhores tendências de qualidade de ativos do que Bradesco e Santander, destacando diferentes habilidades de execução e estratégia entre eles. Mantemos nossos ratings de compra no Itaú, Banco do Brasil e ABC Brasil, mas neutro para Bradesco e Banrisul e underperform no Santander Brasil”, detalhou a análise.