São Paulo – O banco central da Turquia elevou a taxa referencial de juros do país, a das operações de recompra de uma semana, de 10,25% para 15%, citando riscos ao processo de desinflação no país em meio à contínua depreciação da lira turca.
“O Comitê decidiu implementar um aperto monetário transparente e forte, a fim de eliminar riscos para as perspectivas de inflação, conter as expectativas de inflação e restaurar o processo de desinflação”, de acordo com o banco, em comunicado.
“Os efeitos defasados da depreciação da lira turca, do aumento dos preços internacionais dos alimentos e da deterioração das expectativas de inflação afetam adversamente as perspectivas para a inflação”. Segundo o BC, com a postura decisiva de política monetária, a aceleração na inflação devido à recente volatilidade da taxa de câmbio será temporária.
Assim, “o aperto da política monetária será sustentado de forma decisiva até que uma queda permanente da inflação seja alcançada”. O BC turco disse ainda que todos os fatores afetando a inflação serão levados em conta, e que a taxa das operações de recompra de uma semana “será o principal instrumento de política e o único indicador da orientação monetária”.
Esta foi a primeira reunião de política monetária conduzia pelo novo presidente do BC turco, Naci Agbal, que substituiu no início do mês Murat Uysal, demitido pelo presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, em meio à forte depreciação da lira.
Com a elevação da taxa de juros, “a Turquia dá o primeiro passo crucial para restaurar a credibilidade da política monetária”, disse a analista do Société Génerale, Phoenix Kalen, citando que houve uma mudança estratégica do país em direção à ortodoxia política.
“Nos próximos meses, esperamos novos anúncios das autoridades turcas com o objetivo de atrair fluxos de carteira de volta para os mercados financeiros da Turquia, por meio da redução das restrições regulatórias”, acrescentou ela.