São Paulo – A projeção do Banco Central (BC) para o crescimento da economia brasileira em 2020 subiu de 1,8% para 2,2%, segundo o Relatório Trimestral de Inflação (RTI). A autoridade monetária também elevou a estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, de 0,9% para 1,2%, em meio à melhora dos indicadores econômicos e de estímulos à economia.
Segundo o BC, a liberação extraordinária de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do PIS/Pasep no quarto trimestre deste ano corroboram para as revisões do indicador em 2019. Por isso, a autoridade monetária destaca essa perspectiva de aceleração do crescimento econômico doméstico está condicionada ao cenário de continuidade das reformas e ajustes necessários da economia brasileira.
No documento, o BC reiterou que os dados de atividade econômica a partir do segundo trimestre indicam que o processo de recuperação da economia brasileira ganhou tração, em relação ao observado até o primeiro trimestre deste ano. O Comitê de Política Monetária (Copom) destacou na ata da última reunião que o cenário supõe que essa recuperação seguirá em ritmo gradual.
As previsões do PIB para 2019 também foram revisadas para os setores. No âmbito das ofertas, o PIB da agropecuária passou de 1,8% para 2,0% com a revisão das contas trimestrais e aumento da previsão de abates, em cenário de forte elevação dos preços de carnes. Já a projeção para a atividade industrial passou de 0,1% para 0,7%, em meio ao aumento nas projeções para indústria extrativa (de -1,6% para -0,4%), indústria de transformação (de -0,2% para 0,2%) da construção civil (de 0,1% para 2,1%).
O setor de serviços deve ter ligeira alta de 1,0% para 1,1%, com destaque para a alta das projeções para o comércio (de 1,2% para 2,0%) e serviços de informação (de 2,5% para 3,5%). No âmbito dos componentes domésticos da demanda agregada, a previsão de crescimento para o consumo das famílias subiu de 1,6% para 2,0%. Por fim, para a exportação e importação de bens e serviços, estimam-se variações de -3,0% e 1,7%, em 2019, respectivamente.
Em contrapartida, as estimativas para outros serviços e administração, saúde e educação públicas foram reduzidas para 1,2% e -0,2%. Já para 2020, as previsões para agropecuária, indústria e serviços foram subiram para 2,9%, 2,9% e 1,7%, respectivamente, ante estimativa anterior de 2,6%, 2,2% e 1,4%. A previsão do consumo das famílias passou de 2,2% para 2,3%, enquanto a estimativa para o crescimento das exportações foi revista de 1,7% para 2,5%, e para as importações passou de 1,6% para 3,8%.
Em relação à inflação, as projeções do Comitê de Política Monetária (Copom) para a inflação neste ano situam-se em torno de 4,0%, segundo o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do Banco Central. Ainda no que se refere às projeções condicionais do Copom à inflação, as projeções do Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2020 é de 3,5% e de 3,4% para 2021.
Já a projeção central do BC, associada ao cenário que combina taxas Selic e de câmbio constantes por todo o horizonte de projeção, indica que a inflação medida pelo IPCA deve terminar o ano ao redor de 4,00%. Em 2020, essa projeção cai para 3,6% e, depois, sobe para 3,7% e 3,9% em 2021 e 2022, respectivamente.