BCE espera que economia da eurozona retome níveis pré-crise em 2022

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São Paulo – A economia da zona do euro deve retornar aos níveis anteriores à crise do novo coronavírus no final de 2022, uma vez que levará tempo para consumidores e empresas de recuperaram, de acordo com o economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane, ao participar de um seminário pela internet.

“Embora o crescimento se recupere parcialmente no segundo semestre deste ano, a produção está projetada para retornar ao nível prevalecente no final de 2019 apenas no final de 2022”, disse ele, citando que o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro deve cair 13% no segundo trimestre deste ano em base trimestral.

“À medida que as medidas de contenção são retiradas, vemos alguns sinais de uma recuperação inicial. No entanto, esse processo deve ser bastante gradual, pois levará tempo para que consumidores e empresas se recuperem desse choque. Perdas de renda e economia de precaução continuam pesando no consumo”, disse.

Segundo ele, também estão dificultando a normalização da atividade econômica a demanda fraca, as restrições contínuas de oferta e as restrições contínuas de distanciamento social. Por outro lado, “nosso pacote de política monetária fornece apoio crucial à economia real”, disse.

“Estima-se que as decisões políticas sobre compras de ativos tomadas desde março de 2020 sobre compras de ativos e os operações direcionadas de refinanciamento de longo prazo (TLTROs, na sigla em inglês) adicionem cerca de 1,3 ponto percentual (pp) ao nível da produção da área do euro no horizonte de projeção”, que termina em 2022. A contribuição para a taxa de inflação anual é estimada em cerca de 0,8 pp até 2022.

Já resposta fiscal deve contribuir com 2,5 pp em 2020, disse Lane. Ele destacou a importância dos programas de estímulos fiscais na recuperação da zona do euro. “Em particular, o resultado das negociações sobre o fundo de recuperação da União europeia (UE) será um fator importante para determinar a trajetória futura da economia da zona do euro”.

No início de junho, o BCE ampliou em 600 bilhões de euros o programa de compra de emergência pandêmica (PEPP, na sigla em inglês), levando o total para US$ 1,350 trilhão de euros, e estendeu a duração do programa para ao menos até junho de 2021, além de melhores condições de injeções de liquidez.