O Banco Central Europeu (BCE) divulgou hoje sua nova política monetária. O Conselho do banco decidiu subir a taxa básica de juros para 0,5% e a de depósitos, para 0% ao ano. É a primeira alta em 11 anos. O banco sinalizou que poderá subir mais ainda as taxas nas reuniões seguintes.
“O Conselho do BCE tomou medidas importantes para garantir que a inflação volte ao seu objetivo de 2% no médio prazo”, diz a nota do banco. Além disso, aprovou o instrumento de de proteção da transmissão (TPI), que é uma ferramenta que tem o objetivo de amortecer os custos de empréstimos. Com isso, o banco pode comprar títulos quando vir sinais de fragmentação financeira – a diferença injustificada dos custos de empréstimos dos países que compõem a zona do euro.
“A ferramenga apoiará o regresso da inflação ao objetivo de médio prazo do Conselho do BCE, reforçando a ancoragem das expectativas de inflação e assegurando que as condições da demanda se ajustem para cumprir o seu objetivo de inflação a médio prazo”.
Os pagamentos do APP (Asset Purchase Program, ou o programa de compra de ativos) continuará sendo feito por um período maior mesmo depois da alta dos juros, “pelo tempo que for necessário para manter amplas condições de liquidez e uma orientação adequada da política monetária”.
O mesmo acontece com o PEPP (Programa de Compra de Emergência Pandêmica), que continuará até 2024, mas de forma a evitar interferências com a política monetária.
Já o TLTRO III (Operações de Refinanciamento Direcionadas de Longo Prazo) não deve prejudicar a política monetária, mas o BCE vai avaliar regularmente o desempenho das operações de crédito dentro da economia europeia.
Por fim, o BCE informou que está acompanhando todos os desdobramentos da economia mundial e os resultados da política monetária para trazer a inflação para a meta de 2%, e diz que o TPI deve ajudar nesse processo. “O novo TPI do Conselho do BCE salvaguardará a transmissão harmoniosa da sua orientação de política monetária em toda a área do euro”, conclui a nota.