BHP oferece US$ 38,8 bi para comprar a rival Anglo American

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A BHP ofereceu US$ 38,8 bilhões pela Anglo American na quinta-feira, visando formar a maior mineradora de cobre do mundo. A oferta fez com que as ações da Anglo subissem 13%.

A consolidação do setor de mineração é impulsionada pela demanda crescente por cobre e outros metais essenciais para a transição para energias limpas. A África do Sul, que viu a demanda por platina diminuir, pode ser afetada significativamente.

A Anglo iniciou uma revisão de seus ativos em fevereiro após uma queda de 94% no lucro anual. O BHP, conhecido pela mineração de minério de ferro, cobre e outros metais, tem um valor de mercado de cerca de US$ 149 bilhões.

A aquisição da Anglo seria a segunda grande aquisição do BHP em um ano, após a compra da mineradora de cobre Oz Minerals em 2023.

“É um bom negócio para a BHP. A Anglo está em jogo agora e há espaço para outros se envolverem. Isso vai incendiar todo o setor”, disse Ben Cleary, gerente de portfólio da Tribeca Investment Partners.

Uma aquisição da Anglo poderia estar entre as 10 maiores transações de mineração por valor e pode levar à exclusão da Anglo da Bolsa de Londres.

A Public Investment Corporation (PIC) da África do Sul, que detém 6,99% da Anglo American, afirmou que avaliaria qualquer oferta para garantir a criação de valor.

A BHP obteria mais cobre, potássio e carvão coque com a aquisição. A Anglo tem minas de cobre no Chile e Peru, que combinadas com as operações da BHP, resultariam em uma produção anual de cerca de 2,6 milhões de toneladas métricas.

A BHP tem como meta uma produção de cobre entre 1,7 e 1,9 milhão de toneladas para os próximos 12 meses, enquanto a Anglo prevê uma produção de 730.000 a 790.000 toneladas para 2024.

Como condição para a proposta, A BHP exige que a Anglo distribua suas participações na Anglo American Platinum e Kumba Iron Ore aos acionistas.

A Anglo também possui 85% da gigante de diamantes De Beers. A BHP afirmou que as outras operações da Anglo, incluindo diamantes, serão revisadas estrategicamente após a conclusão do acordo.

Os maiores investidores de mineração da África do Sul estão suspendendo novos projetos devido à queda nos lucros e ao enfraquecimento dos preços das commodities.

Os ativos de carvão coque das duas mineradoras na Austrália podem enfrentar escrutínio regulatório, pois um acordo uniria dois dos maiores produtores do mercado marítimo global.