Biden apresenta formalmente alguns indicados para compor governo

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São Paulo – No dia em que o governo de Donald Trump deu início ao processo de transição, o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, apresentou formalmente seus indicados para postos-chave de sua administração.

Com um discurso unanime de união do país, Biden apresentou seus escolhidos para política externa e diplomacia, mesclando figuras conhecidas da política norte-americana com um a diversidade que deve dar o tom de sua equipe.

O primeiro a ser apresentado por Biden foi Antony Blinken, seu conselheiro de política externa de longa data, e que foi indicador como secretário de Estado.

“Não podemos resolver os problemas sozinhos. Precisamos trabalhar com outros países. Os Estados Unidos têm a tradição de conseguir juntar lados opostos em nome de um mundo mais seguro e vamos usar a diplomacia para isso”, disse Blinken.

Alejandro Mayorkas, um cubano-americano e ex-secretário adjunto do Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês), foi indicado para liderar o DHS. “Com essa indicação tenho a nobre missão de manter o país seguro e de enviar a mensagem de boas-vindas para aqueles que chegam aqui”, afirmou.

A indicação de Avril Haines como diretora de inteligência nacional veio logo em seguida. Ela foi vice-conselheira de segurança nacional do presidente Barack Obama. “Acredito na valorização do trabalho da comunidade da inteligência norte-americana, que muitas vezes trabalha sob condições difíceis, impensáveis e de forma crítica para ajudar o governo a se posicionar contra ameaças que definirão as próximas gerações: ataques cibernéticos, o terrorismo e o clima”, afirmou.

Linda Greenfield-Thomas, negra e diplomata veterana, foi apontada como embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas e iniciou seu discurso de aceitação da indicação de Biden defendendo o multilateralismo e a diplomacia.

“Vou representar o trabalho de encontrar um terreno comum, aparar arestas e unir pessoas com históricos diferentes. Minha trajetória é marcada por quebras barreiras e conectar pessoas e é isso que farei aqui”, disse.

Outro assessor de longa data, Jake Sullivan, foi apontado como conselheiro de segurança nacional. “Seremos vigilantes sobre ameaças que vão desde terrorismo até a nuclear. Temos uma crise econômica, do clima e uma ruptura tecnológica. O trabalho de todos nesta equipe apresentada hoje ajudará a superar esses desafios”, afirmou.

Apresentado por último, John Kerry que foi secretário de estado de Obama, fez o discurso mais longo, defendendo seu papel como enviado especial da presidência para as mudanças climáticas.

“Nenhum país pode resolver a questão climática sozinho. Mesmo com todo o seu potencial, os Estados Unidos precisarão trabalhar com outros países pelo clima. Vamos voltar ao Acordo de Paris no primeiro dia, mas isso não é o suficiente. Todas as nações precisam se unir para não falharmos e o fracasso não é uma opção”, disse ele.

Kerry lembrou ainda das possibilidades de criação de empregos mais bem remunerados e do impulso econômico que é possível obter com a energia limpa.