Biden dá sequência à política de decretos e reforça resposta à pandemia

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São Paulo – O presidente norte-americano, Joe Biden, deu sequência ao início agressivo de sua gestão ao assinar mais uma série de decretos, dessa vez voltados para a resposta de seu governo à pandemia do novo coronavírus. Entre as principais medidas de hoje estão o Ato de Defesa Nacional, a requisição de testes e quarentenas para viajantes e o reembolso dos governos estaduais.

“As coisas vão piorar antes de melhorar, mas vamos vencer a pandemia”, disse Biden, prometendo ser transparente sobre erros e acertos do governo na resposta à covid-19. “Meu plano começa com 100 milhões de doses nos 100 primeiros dias de governo”, acrescentou.

Para colocar seu plano em andamento, Biden assinou dez decretos, entre eles o da Lei de Produção de Defesa – que permite que o governo use a capacidade das indústrias para garantir a segurança do país – em um esforço para aumentar a fabricação de vacinas e suprimentos como frascos de vidro, agulhas e seringas. Ele também deve usar a lei para apoiar a refrigeração e armazenamento dos imunizantes.

Outra medida assinada hoje aumenta a cooperação entre o governo federal e os governos estudais, que serão reembolsados no caso de usarem a sua guarda nacional no esforço de vacinação. Além disso, Biden determinou que guias e recursos sejam direcionados às escolas para uma reabertura segura. “Com isso, poderemos restaurar nosso mercado de trabalho”, disse.

A resposta do novo governo à pandemia também inclui o estabelecimento de centros de vacinação, onde médicos aposentados serão recrutados para administrar vacinas a professores, trabalhadores do setor de alimentos, pessoas com mais de 65 anos e outros grupos que não se qualificam atualmente.

Um dos decretos de hoje prevê ainda o uso de máscaras em transportes públicos e, a exemplo do que muitos países europeus já fazem, estabelece a realização de testes de covid-19 para viajantes e quarentenas para aqueles que querem entrar nos Estados Unidos.

PRESSÃO NO CONGRESSO

A resposta de Biden à covid-19 marca um novo caminho dos Estados Unidos no controle da pandemia. Para que essa nova trajetória seja cumprida, no entanto, é preciso a liberação de recursos por um Congresso estreitamente dividido. O próprio Biden, em ocasiões anteriores, já havia reconhecido os custos de seu plano, indicando que ele dependia de mais gastos do governo para ser bem-sucedido.

No pronunciamento de hoje, o novo chefe da Casa Branca voltou a chamar os legisladores a trabalhar junto com seu governo para livrar o país da pandemia e se reestruturar em meio à crise.

Com a frase “a ajuda está a caminho”, Biden chamou o Congresso a agir e aprovar seu pacote de estímulos de US$ 1,9 trilhão. “Peço ao Congresso que faça o seu trabalho e libere os recursos. Meu plano para a pandemia depende dessa aprovação e eu espero trabalhar em parceria com os dois partidos no Congresso para isso”, disse.

Essa liberação de recursos, no entanto, não será fácil, já que muitos legisladores – inclusive membros do próprio partido de Biden – já manifestaram preocupação com as contas do governo. A expectativa de muitos analistas ouvidos pela Agência CMA é de que os estímulos sejam bem mais modestos do que os apresentados por Biden, podendo ficar abaixo de US$ 1 trilhão.