São Paulo – O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que a falta de reconhecimento da derrota pelo presidente norte-americano, Donald Trump, nas eleições da semana passada não altera seus planos para o país.
“A transição já começou e nada vai mudar isso”, afirmou ele em declarações a repórteres. Questionado se gostaria de se encontrar com Trump, Biden disse: “Estou ansioso para me reunir com o presidente”.
Segundo ele, os primeiros nomes que irão compor seu governo devem ser anunciados antes do Dia de Ação de Graças, que nos Estados Unidos é celebrado em 26 de novembro.
A contagem dos votos nos Estados Unidos continua em andamento, mas a imprensa norte-americana considera irreversível a vitória de Biden, que teria ultrapassado o mínimo necessário de 270 votos eleitorais para vencer a disputa contra o presidente norte-americano.
Trump, por sua vez, ainda não admitiu a derrota em um momento no qual seus advogados entraram com ações judiciais em diferentes estados exigindo o fim da contagem de votos, sugerindo supostas violações.
NOVA RODADA DE ESTÍMULOS
A próxima rodada de ajuda ao novo coronavírus deve ser anunciada pelo novo governo norte-americano, que já está se articulando com líderes do Congresso para tratar do assunto.
“Já falei com Pelosi e Schumer sobre isso. As pessoas precisam de alívio extra. Ainda estamos enfrentando uma pandemia com consequências sérias para a economia”, disse Biden.
Segundo ele, a presidente da Câmara dos Deputados, a democrata Nancy Pelosi, e o líder da minoria do Senado, o democrata Chuck Schumer já foram contatos pela equipe de transição para avançar com uma proposta de estímulos.
O pacote de ajuda de cerca de US$ 2 trilhões estava sendo negociado por Pelosi e o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, mas não houve avanços diante da falta de entendimento sobre pontos como o plano de testes nacional e a ajuda aos governos municipais e estaduais.
PLANOS PARA A SAÚDE
O presidente eleito dos Estados Unidos defendeu a atual lei de saúde, conhecida como Obamacare, mas prometeu realizar melhorias para garantir ampla cobertura a preços mais baixos para os norte-americanos.
“A saúde é um direito de todos e não um privilégio de alguns”, afirmou Biden em declarações a repórteres. “Vou reconstruir o sistema de saúde norte-americano para que todos possam ter acesso, para que ninguém seja excluído”, acrescentou.
As declarações acontecem no momento em que a Suprema Corte dos Estados Unidos ouvirá um caso apoiado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, que pode eliminar a Lei de Cuidados Acessíveis, o nome oficial da lei de saúde norte-americana.
O caso foi apresentado por um grupo de procuradores-gerais republicanos em 18 estados, incluindo o Texas. O grupo republicano argumenta que o mandato individual, depois que o imposto por não ter seguro caiu para zero dólares, deixou de ser um tributo – e, portanto, inconstitucional. Isso, eles argumentam, torna inconstitucional toda a Lei de Cuidados Acessíveis.
Este será o primeiro grande caso ouvido pela recém-confirmada juíza Amy Coney Barrett, a terceira juíza da Suprema Corte nomeada por Trump. O presidente norte-americano fez a revogação da Obamacare entre suas prioridades mais eloquentes.
Este será o terceiro teste da Suprema Corte para a lei de saúde desde 2012. A medida sobreviveu até agora, embora isso tenha sido antes das escolhas de Trump entrarem no tribunal. Ainda assim, vários meios de comunicação relatam, com base em decisões e comentários anteriores, que é improvável que uma maioria acabe com todo o projeto de lei.