Biden diz que trégua entre Israel e Hamas é fruto de intensa diplomacia

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São Paulo – O presidente norte-americano, Joe Biden, disse que os Estados Unidos e seus aliados na região usaram a intensa diplomacia para conseguir um cessar-fogo entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, que deve começar em algumas horas.

“Usamos toda a diplomacia possível para que isso acontecesse. Agradeço a nossos aliados na região, em especial ao Egito, que desempenhou um papel fundamental para o fim da escalada do conflito”, disse ele em pronunciamento na Casa Branca.

Segundo Biden, nos últimos 11 dias, ele conversou com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, seis vezes em um exemplo de quão intensa foram as negociações.

“Acabei de falar com Netanyahu e, antes, falei com o presidente [Abdul Fatah Khalil Al-] Sisi, do Egito, que me contou que o Hamas concordou com o cessar-fogo imediato. Parabenizei ambos pela decisão”, disse ele.

No discurso, Biden reafirmou o entendimento norte-americano de que Israel tem o direito de se defender e assumiu o compromisso de ajudar na reconstrução da região.

“Vamos ajudar Israel a restaurar a doma de ferro, um sistema para conter foguetes desenvolvido em parceria com os Estados Unidos e que funcionou muito bem no conflito, salvando centenas de vidas”, afirmou.

“Também estamos atuando junto às Nações Unidas e outras entidades internacionais para ajudar na reconstrução de Gaza. Faremos isso em parceira com a autoridade palestina e não com o Hamas. Queremos garantir que nossos recursos não sejam usados para que o Hamas recomponha seu arsenal militar”, acrescentou.

Mais cedo, o gabinete de segurança israelense adotou por unanimidade a iniciativa do Egito de um cessar-fogo incondicional bilateral, que deve entrar em vigor às 2h da madrugada (horário local). Logo em seguida, o porta-voz do Hamas, Taher al-Nono, disse a jornalistas que o grupo respeitará a trégua se Israel assumir o compromisso de suspender as hostilidades em Gaza.

O conflito entre israelenses e palestinos se agravou no último dia 10, após o término de um ultimato do Hamas, que exigia a retirada dos militares e policiais israelenses da Esplanada das Mesquitas e do bairro Sheikh Jarraj, em Jerusalém.

Desde então, facções palestinas radicais dispararam mais de 4.000 foguetes, matando 12 israelenses.  Em retaliação, as forças israelenses lançaram ataques contra alvos em Gaza, que resultaram na morte de 230 palestinos, incluindo 65 crianças, segundo dados das autoridades de saúde da região.