São Paulo – O presidente norte-americano, Joe Biden, falará nos próximos dias com o presidente da França, Emmanuel Macron, para reforçar a parceria entre os dois países, após críticas do governo francês ao acordo entre Estados Unido e Reino Unido para fornecer tecnologia de submarinos nucleares à Austrália.
“O presidente terá uma ligação, ainda estamos trabalhando na programação, com o presidente Macron nos próximos dias e espero que o presidente reafirme nossos compromissos em trabalhar com um dos nosso mais antigos e próximos parceiros em uma série de desafios que a comunidade global enfrenta”, disse Psaki. “Ele vai discutir os acontecimentos recentes”.
Na semana passada, os Estados Unidos, o Reino Unido e a Austrália anunciaram uma parceria militar, chamada Aukus, que incluirá um plano de 18 meses para fornecer submarinos nucleares aos australianos. Biden falou em combater ameaças crescentes no Indo-Pacífico e em manter a região livre e aberta, sem citar diretamente a China.
Com a parceria, Camberra cancelou abruptamente um acordo com a França por
submarinos, o que o governo francês chamou de “facada nas costas”. A França
chamou na sexta-feira para consultas seus embaixadores em Washington e Canberra,
em um conflito diplomático sem precedentes entre aliados.
Segundo Psaki, Biden reconheceu em declarações na semana passada que “a
França é uma presença substancial no Indo-Pacífico e um importante parceiro
e aliado em fortalecer a segurança e prosperidade”. Psaki disse que os Estados
Unidos não tem planos de abandonar o acordo com a Austrália.
A porta-voz disse que Biden amanhã, em seu discurso na Assembleia Geral da
Organização das Nações Unidas (ONU) falará em restabelecer a alianças,
“mas isso não significa que não teremos desentendimentos”.
Ao ser questionada sobre os compromissos norte-americanos com a não-proliferação de armas nucleares, Psaki disse que o fornecimento de tecnologia de submarinos nucleares a Austrália trata-se de um caso específico e que não abrirá precedentes.
“A posição e compromisso do presidente sobre a não proliferação não mudou, estamos comprometidos em renovar a liderança norte-americana e não proliferação e lidar com a ameaça existencial apresentada por armas nucleares”, disse Psaki.
“Este em nossa visão é um caso excepcional e não um caso que estabelecerá precedentes. Não estamos falando sobre submarinos com armas nucleares, são submarinos armados de forma convencional com energia a partir de reatores nucleares”.
Por fim, ela disse que foi uma decisão feita com países que tem uma longa história de apoio constante pela não-proliferação nuclear. “Estamos todos comprometidos em cumprir nossas obrigações de não proliferação”, concluiu.