São Paulo – A administração do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, impôs pela primeira vez sanções a 24 autoridades da China, acusadas de reduzir o grau de autonomia de Hong Kong, antes de representantes norte-americanos e chineses se reunirem amanhã no Alasca.
“O lançamento da atualização de hoje do relatório da Lei de Autonomia de Hong Kong ressalta nossa profunda preocupação com a decisão do Congresso Nacional do Povo de 11 de março de minar unilateralmente o sistema eleitoral de Hong Kong”, disse o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, em comunicado.
“Esta ação mina ainda mais o alto grau de autonomia prometido ao povo em Hong Kong e nega aos habitantes de Hong Kong uma voz em sua própria governança, um movimento que o Reino Unido declarou ser uma violação da Declaração Conjunta Sino-Britânica”.
As mudanças nas regras eleitorais de Hong Kong permitem a Pequim vetar candidatos considerados não patrióticos e exclui a participação de vereadores distritais no comitê que elege o chefe do executivo, reduzindo a representação democrática nas instituições da cidade.
Blinken disse que 24 oficiais da China e de Hong Kong tiveram ações que “reduziram o alto grau de autonomia de Hong Kong”, incluindo 14 vice-presidentes do Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo, oficiais da Divisão de Segurança Nacional da Força de Polícia de Hong Kong e do Gabinete de Assuntos de Hong Kong e Macau e o Escritório de Proteção à Segurança Nacional.
Segundo o secretário norte-americano, as instituições financeiras estrangeiras que conscientemente realizam transações significativas com os indivíduos listados no relatório de hoje estão agora sujeitas a sanções.
Blinken participa amanhã com outras autoridades norte-americanas de uma reunião com oficias chineses, no primeiro encontro presencial entre representantes de alto escalão dos dois países desde que Joe Biden assumiu a presidência dos Estados Unidos.
Washington espera uma reunião difícil, na qual serão abordados temas como abusos de direitos humanos, o genocídio contra os muçulmanos uigures e as alterações eleitorais em Hong Kong.
Ontem, em visita ao Japão, Blinken falou da “necessidade de defender nossos valores democráticos compartilhados e de trabalhar juntos para cobrar contas daqueles que os ameaçariam”. Ele acusou a China de usar táticas de coerção em Hong Kong, Taiwan e Xinjiang, e prometeu que os Estados Unidos vão responder se necessário.