São Paulo – O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se encontrará novamente com os líderes republicanos do Congresso do país nesta terça-feira em uma tentativa de alcançar um acordo para elevar o teto da dívida e evitar um possível “default” que teria graves consequências para a economia global.
Os democratas e republicanos estão em desacordo em relação ao aumento do limite da dívida, que é crucial para garantir que o país cumpra seus pagamentos, evite o default e possa honrar seus compromissos, incluindo o pagamento de fornecedores, salários de funcionários públicos e pensões.
Tradicionalmente, elevar o limite de emissão da dívida tem sido um procedimento de rotina nos Estados Unidos, sendo utilizado há décadas. No entanto, desta vez, os congressistas estão encontrando dificuldades para chegar a um acordo, pois nenhum lado está disposto a ceder.
Os republicanos se recusam a autorizar o aumento ou a suspensão do teto da dívida, a menos que o governo concorde com cortes significativos nos gastos públicos. Por sua vez, o presidente Biden não aceita essa condição e até o momento se mantém otimista em relação a um possível acordo.
O presidente da Câmara de Representantes, o republicano Kevin McCarthy, demonstrou pessimismo em relação às negociações. “Continuo acreditando que estamos muito distantes”, declarou na segunda-feira. “Ainda não parece que eles queiram chegar a um acordo”, acrescentou, mesmo após as reuniões ocorridas no fim de semana entre representantes dos dois partidos.
Essa disputa entre os partidos políticos pode acarretar graves problemas para a maior economia do mundo. O país já ultrapassou o limite máximo da dívida pública, estabelecido em US$ 31,4 trilhões (cerca de R$ 153,6 trilhões), em janeiro deste ano. Desde então, medidas extraordinárias foram adotadas para cumprir as obrigações por um período determinado.
A secretária do Tesouro, Janet Yellen, alertou na segunda-feira (15) que os Estados Unidos correm o risco de entrar em “default” já em 1º de junho, caso um acordo não seja alcançado no Congresso. Segundo Yellen, o país já está sentindo os efeitos concretos da crise política relacionada ao teto da dívida, com destaque para o aumento do custo do endividamento para o governo norte-americano.
“Os investidores estão cada vez mais relutantes em manter a dívida soberana que vence em junho”, afirmou Yellen em um discurso que será proferido nesta terça-feira perante a ‘Independent Community Bankers of America’ (ICBA), trechos do qual foram divulgados antecipadamente.
A incerteza sobre a resolução desse impasse político preocupa os mercados financeiros globais, que aguardam ansiosamente por um acordo que garanta a estabilidade econômica e evite impactos negativos em nível internacional.