São Paulo, 29 de novembro de 2024 – De acordo com projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a Black Friday de 2024 deverá movimentar R$ 5,22 bilhões e registrar a maior movimentação financeira desde 2021. Confirmada essa expectativa, o faturamento das vendas apresentará crescimento de 0,4% ante a Black Friday do ano passado, já descontada a inflação.
Acelerado pelo processo de digitalização do consumo, intensificado a partir de 2020, o evento daquele ano registrou a maior expansão anual das vendas, avançando 5,6% em relação ao evento do ano anterior, com movimentação de R$ 5,69 bilhões, a maior da série histórica da CNC.
Segmentos
Em 2024, os segmentos de eletroeletrônicos e utilidades domésticas (R$ 1,18 bilhão) e de móveis e eletrodomésticos (R$ 1,23 bilhão) deverão responder por quase metade (46%) da movimentação financeira prevista. Tendem a se destacar ainda os ramos de hiper e supermercados (R$ 0,96 bilhão) e de vestuário, calçados e acessórios (R$ 1 bilhão).
Câmbio e crédito são desafios
Do ponto de vista econômico, a CNC aponta que a Black Friday deste ano enfrentará dois desafios na expansão das vendas. O primeiro é a desvalorização da taxa de câmbio, que iniciou o ano em R$ 4,89 e, em meados de novembro, se situava em R$ 5,77. O segundo ponto refere-se ao encarecimento do crédito, na medida em que a maior parte dos itens comercializados se encontram sujeitos às condições de financiamento.
De acordo com o Banco Central, a atual taxa média de juros das operações de créditos livres destinados às pessoas físicas (52,3% ao ano), embora menor que no mesmo período do ano passado (57,3%), já acusa tendência de aceleração por conta do novo ciclo de aperto monetário (início do ano).
Produtos importados e comparação de preços
Apesar desses fatores, a CNC afirma que há indícios de que o varejo tem apostado na expansão das vendas de produtos importados neste fim de ano ao efetuar um volume de importação de bens de consumo duráveis e semiduráveis 22% maior que no mesmo período do ano passado, de acordo com informações da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Entre agosto e outubro de 2024, a importação dos cem principais bens de consumo duráveis e semiduráveis totalizou US$ 205,49 milhões.
A facilidade de comparação de preços online em uma data comemorativa caracterizada pelo forte apelo às promoções evidencia a tendência de aumento expressivo deste evento do calendário do varejo quando comparado às demais datas, especialmente nos espaços virtuais.
A Black Friday já é a quinta data mais importante para o setor, ficando atrás do Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos Pais. O comércio automotivo, as lojas de materiais de construção e os estabelecimentos de vendas de combustíveis e lubrificantes seguem de fora, não registrando variações significativas de faturamento ao longo do mês de novembro.
Itens mais buscados
De modo a avaliar o potencial de descontos efetivos durante a data, a CNC coletou 160 preços diários dos itens mais buscados na internet, agrupando-os em 34 linhas de produtos ao longo dos últimos 40 dias. Neste período, 55% revelaram tendência de redução de preços.
Maiores variações
Os itens que apresentaram as maiores reduções foram: 1. Ventilador/Circulador (-15%); 2. Tênis feminino (-13%); 3. Hidratante (-11%); 4. Smartwatch (-9%); 5. Camiseta feminina (-8%); 6. Perfume feminino e cafeteira elétrica (-7%); 8. Purificador de água/Filtro (-5%); 9. Monitor e Micro-Ondas (-4%); 10. Celular e smartphone, fogão e perfume masculino (-3%), segundo levantamento da CNC e do Buscapé.
Os itens que apresentaram as maiores elevações, por sua vez, foram: 1. Protetor Solar e Bronzeador (+8%); 2. Tênis Masculino (+7%); 3. Sapato Masculino (+6%); 4. Camiseta Masculina (+4%); 5. Joystick (+3%); 6. Console Videogame, Tablet e Smart TV Box (+2%); 7. Calçado Feminino, aspirador de pó e água e Notebook (+1%).
