Blinken diz que Estados Unidos estão preocupados com apoio do país à Rússia

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Em Pequim, o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, se encontrou com o presidente chinês Xi Jinping e levantou preocupações dos Estados Unidos sobre o apoio da China à Rússia.

Durante cinco horas e meia de conversas com o principal diplomata chinês, Wang Yi, em Pequim, Blinken levantou a questão do apoio chinês à indústria de defesa da Rússia, em meio a uma série de questões que ameaçam prejudicar a recente melhoria nas relações entre as maiores economias do mundo.

Apesar de sua parceria “sem limites” com Moscou, a China evitou fornecer armas para a guerra da Rússia na Ucrânia. Autoridades dos Estados Unidos alertam, no entanto, que empresas chinesas estão ajudando a indústria de armamentos russa com uma acumulação sem precedentes, o que tem ajudado a mudar o rumo da guerra. Por exemplo, maiores importações de máquinas-ferramenta da China têm ajudado a Rússia a aumentar a produção de mísseis balísticos.

As autoridades dos Estados Unidos dizem que tal assistência pode prejudicar o relacionamento bilateral mais amplo, mesmo quando os laços se estabilizam após incidentes como a visita da então presidente da Câmara, Nancy Pelosi, a Taiwan em 2022 e a derrubada, pelos Estados Unidos, de um balão de vigilância chinês suspeito em fevereiro de 2023.

A China afirma não ter fornecido armamentos a nenhuma das partes envolvidas na crise da Ucrânia e argumenta que o comércio normal entre China e Rússia não deve ser interrompido ou restringido.

Além de suas conversas com Wang, Blinken se encontrou com Xi Jinping, que reiterou as preocupações de Pequim de que os Estados Unidos estavam suprimindo seu desenvolvimento econômico.

Antes das conversas, a agenda foi definida durante a cúpula entre Biden e Xi em novembro e uma ligação de acompanhamento em abril.

Destacando a crescente discórdia entre os dois lados, horas antes de Blinken pousar na China, o presidente norte-americano Joe Biden assinou um projeto de lei bipartidário que incluía US$ 8 bilhões para conter o poder militar da China, além de bilhões em ajuda de defesa para Taiwan e US$ 61 bilhões para a Ucrânia.

Wang afirmou que os Estados Unidos não devem ultrapassar “linhas vermelhas” que abrangem soberania, segurança e interesses de desenvolvimento, fazendo uma referência aparente a Taiwan e ao disputado Mar do Sul da China.

Outras questões em pauta incluem inteligência artificial e a redução do fornecimento de produtos químicos usados na produção de fentanil pela China.