BNDES: Lucro cresce 59% e chega a R$ 2,7 bi e aprovações de crédito sobem 91% no 1T24

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São Paulo – O lucro líquido recorrente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) cresceu 59% no primeiro trimestre de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023 (R$ 1,7 bilhão). Nos três primeiros meses deste ano, o valor chegou a R$ 2,7 bilhões.

As aprovações de crédito também cresceram, somando R$ 24,7 bilhões, aumento de 91% em relação a 2023, o melhor resultado dos últimos dez anos. O volume de aprovações cresceu expressivamente em todos os recortes setoriais, chegando a um aumento de 50% na agropecuária (R$ 6,8 bilhões), 189% na indústria (R$ 6,9 bilhões), 65% em comércio e serviços (R$ 4,4 bilhões) e 97% na infraestrutura (R$ 6,6 bilhões). O resultado inclui operações diretas, indiretas (via agentes financeiros).

“Os resultados revelam que o BNDES voltou a exercer o papel fundamental de principal financiador do desenvolvimento do país. E que a política de neoindustrialização do governo do presidente Lula está no caminho certo. As empresas querem investir em inovação, em sustentabilidade e em tecnologia e nós estando dando acesso a crédito para esse fim. Isso significa mais empregos qualificados, mais renda e o caminho para a transição energética indispensável diante dos eventos de extremos climáticos”, afirmou o presidente da instituição, Aloizio Mercadante.

Destaque para o apoio às micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), que representou 53,5% do total de aprovações do BNDES, no montante de R$ 13,2 bilhões, frente aos R$ 8,7 bilhões do primeiro trimestre de 2023 (um aumento de 52,2%). Os dados confirmam o esforço do BNDES em ampliar o crédito às empresas de menor porte, fundamentais para a geração de empregos e renda no país.

Já os desembolsos do BNDES, por meio de créditos diretos e indiretos, totalizaram R$ 23,3 bilhões no primeiro trimestre do ano, um crescimento de 22% frente ao mesmo período de 2023.

No período, as consultas por operações, primeira etapa por que passam os pedidos de financiamento no Banco e que representam o apetite do empresariado por crédito, atingiram recorde histórico de R$ 61 bilhões, crescimento de 68% em relação ao mesmo período de 2023.

Lucro líquido – No 1T24, o lucro líquido contábil alcançou R$ 5,2 bilhões, montante superior aos R$ 4 bilhões do 1T23. O resultado foi influenciado por receitas de dividendos e juros sobre o capital próprio de R$ 1,2 bilhão (basicamente oriundas da Petrobras) e reversão de provisões de crédito de R$ 0,8 bilhão devido a revisões de classificação de risco e recuperação de créditos provisionados em exercícios anteriores.

Ativos – Os ativos totais do Sistema BNDES somaram R$ 739,7 bilhões em 31 de março de 2024, aumento de R$ 7,2 bilhões em relação a dezembro de 2023, destacando o acréscimo de R$ 5,4 bilhões na carteira de crédito expandida.

A carteira de crédito expandida, que abrange financiamentos, debêntures e outros ativos de crédito, alcançou o montante de R$ 520,4 bilhões em 31 de março de 2024, representando, assim, 70,4% dos ativos totais e a maior carteira em termos nominais dos últimos 5 anos, atingindo novo recorde. O aumento foi influenciado pelo crescimento dos desembolsos e pela apropriação de juros e atualização monetária.

O BNDES manteve boa qualidade da carteira de crédito e repasses, com 96,7% das operações classificadas nos mais baixos níveis de risco, compreendidos entre AA e C, no primeiro trimestre do ano. Esse percentual se mantém superior ao registrado pelo Sistema Financeiro Nacional, que atingiu 91% em 30 de setembro de 2023 (última informação disponível).

A carteira de participações societárias totalizou R$ 78 bilhões em 31 de março de 2024. O ligeiro decréscimo de 2,4% frente a dezembro de 2023 ocorreu, sobretudo, pelo ajuste a valor justo negativo dos investimentos em empresas não coligadas. Petrobras, JBS, Eletrobras e COPEL seguem como principais empresas investidas em termos de carteira total.

A inadimplência recuou para 0,00%, percentual inferior ao 0,01% de 31 de dezembro de 2023. A taxa permanece expressivamente inferior à inadimplência do Sistema Financeiro Nacional (3,21% geral e 0,54% para grandes empresas em março de 2024).

Fontes de recursos – O FAT representa a parcela mais significativa da estrutura de funding do BNDES, respondendo por 58,5%% das fontes de recursos da instituição. Em 31 de março de 2024, o saldo com o FAT era de R$ 408,8 bilhões.

O valor remanescente devido pelo BNDES ao Tesouro Nacional atingiu R$ 42,5 bilhões em 31 de março de 2024. Já o passivo com captações externas totalizou R$ 24,4 bilhões em 31 de março de 2024, apresentando aumento de 3,2% no trimestre decorrente de variação cambial (valorização do dólar norte-americano).

Patrimônio líquido O patrimônio líquido do BNDES atingiu R$ 155 bilhões em 31 de março de 2024, acréscimo de 2,4% em relação a 31 de dezembro de 2023. O aumento decorre, principalmente, do lucro líquido de R$ 5,2 bilhões, atenuado pelo ajuste a valor de mercado negativo de ativos (ações e títulos públicos) de R$ 1,6 bilhão.

Limites prudenciais Base para o cálculo dos limites prudenciais, o Patrimônio de Referência totalizou R$ 186,3 bilhões em 31 de março de 2024.

O Indice de Basileia atingiu 30,4%, mantendo situação confortável em relação aos 10,5% exigidos pelo Banco Central.