São Paulo – O Bank of America (BofA) divulgou hoje um relatório sobre as perspectivas para os resultados do segundo trimestre de 2022 das empresas brasileiras de alimentos, entre elas, JBS, Marfrig, BRF e M Dias.
Segundo os analistas do BofA, a JBS deve registrar um Ebitda de R$ 10 bilhões, uma alta de 5% em comparação ao segundo trimestre de 2021, devido a margens de dois dígitos na carne bovina dos EUA e aumento da receita na Seara e Brazil Beef, graças à forte demanda internacional e preços mais elevados. A margem Ebitda na América do Sul deve se recuperar para 7,9%, uma vez que os preços de exportação continuam melhorando com volumes fortes e gado marginalmente mais barato no Brasil.
“Na carne bovina dos EUA, os estoques mais altos no canal de varejo, juntamente com os custos mais altos do gado, devem levar a uma compressão sequencial da margem no segundo trimestre da JBS em relação a um primeiro trimestre”, detalha o BofA, que recomenda a compra de suas ações.
Sobre a Marfrig, a estimativa é um Ebitda de R$ 2,3 bilhões, com margem de 11,2%. A empresa tem resultados sólidos, mas enfrenta uma comparação difícil com o segundo trimestre de 2021. “A Marfrig iniciará a consolidação da BRF neste trimestre, o que deverá trazer impactos importantes no Lucro Líquido e na base de dividendos. Nossa recomendação para as ações é neutra”, explica a análise.
A perspectiva para a BRF é de recuperação a níveis mais recorrentes, após um primeiro trimestre decepcionante. As exportações de frango do Brasil foram muito sólidas, dada a demanda no Oriente Médio, compensando volumes mais fracos para a China, que deve sustentar os resultados internacionais.
“No Brasil, a normalização dos estoques em toda a cadeia de suprimentos, juntamente com alguma recuperação da demanda e aumentos de preços, devem impulsionar a recuperação do faturamento e da margem no trimestre da BRF. Estimamos Ebitda consolidado de R$ 1,17 bilhão e prejuízo líquido de R$ 119 milhões”, aponta o BofA, que mantém a indicação neutra para os papéis da companhia.
Assim como a BRF, a M Dias Branco também deve se recuperar após um primeiro trimestre difícil à medida que os concorrentes aumentam os preços. A inflação de massas e biscoitos totalizou 8% e 5% no segundo trimestre contra um índice de preços ao consumidor de 2% no país.
“Esperamos Ebitda ajustado de R$ 236 milhões, bem acima dos R$ 89 milhões alcançado no primeiro trimestre, e dos R$ 138 milhões do segundo trimestre de 2021. Apesar da melhora nos resultados, acreditamos que a empresa enfrentará custos mais altos a partir do segundo semestre de 2022, enquanto as perspectivas macro continuam desafiadoras”, concluiu os analistas do banco, que não recomenda neste momento a ações da M Dias Branco.