São Paulo – O Bank of America (BofA) manteve a recomendação de compra da ação da JBS e neutra para BRF, devido aos resultados operacionais das companhias e após reunião com representantes da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) para discutir tendências de mercado de frango e porco para o ano que vem, que apontou cenário positivo, com margens provavelmente mais altas em 2022 após um ano de alta inflação de custos
“A JBS está desfrutando de um momento positivo nas operações internacionais e gerando um rendimento de 12% retorno sobre fluxo de caixa livre, que está sendo devolvido aos acionistas e aplicado em fusões e aquisições cumulativas, enquanto o fluxo de caixa da BRF tem sido negativo e a alavancagem está próxima de Limite de 3x da dívida líquida sobre o ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização)”, disseram os analistas, em relatório divulgado após a reunião com a ABPA.
Segundo a análise, as expectativas são otimistas para ambas as proteínas porque o consumo per capita de frango e porco cresceu, no Brasil, 10% e 20%, respectivamente, desde 2019, como alternativas acessíveis à carne bovina. “Enquanto isso, a inflação de custos deve desacelerar e, eventualmente, os custos podem cair, dada a produção de grãos saudáveis no Brasil.”
O relatório cita estimativa da entidade de que a produção de aves para consumo deve crescer 3,5% em 2021 e 4,5% em 2022. Apesar do alto custo de produção, a oferta não diminui porque a demanda é forte, por causa dos preços altíssimos da carne bovina – que não devem cair, ainda segundo o banco, devido à disponibilidade limitada do produto no mercado interno quando as importações chinesas forem retomadas.
Do lado das exportações, a ABPA espera um aumento de 7,5% e, no caso da carne suína, as vendas externas serão protagonistas e os volumes exportados devem aumentar ainda mais. Para o ano que vem, a previsão é de um incremento de 13%, frente ao acréscimo de 12% em 2021, enquanto o mercado interno deve ter alta de 5,5%, mesmo crescimento que registrou neste ano. “A demanda chinesa deve seguir forte, uma vez que já surgem surtos de peste suína africana (FAS) na China e em outros países fornecedores, como a Alemanha e Dinamarca, que juntos representam 20% das importações chinesas”, aponta o relatório.