BofA vê resultado operacional da Braskem em linha com estimativas e recomenda compra

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São Paulo – A Braskem divulgou ontem (2 de maio) à noite o resultado operacional do primeiro trimestre de 2023 (1T23) em linha e seus resultados financeiros a serem apresentados em 8 de maio devem melhorar no trimestre em relação ao mínimo no 4T22; no entanto, os resultados permanecem ciclicamente baixos.

A avaliação é do Bank of America (BofA), disse que embora as perspectivas para os spreads continuem desafiadoras, esperas alguma recuperação no final de 2023 e 2024. O BofA mantém a recomendação de compra com preço-alvo de R$30,00.

RESULTADO OPERACIONAL

A Braskem apresentou seu relatório de produção e vendas relativo ao primeiro trimestre de 2023 (1T23), que apresentou desempenho operacional superior ao do intervalo anterior (4T22) em função, principalmente, da melhor demanda pelos produtos, resultado da melhora na atividade industrial global, com impacto positivo nos spreads petroquímicos no mercado internacional. Nesse cenário, o volume de vendas dos produtos da companhia em todas as regiões foi superior ao volume de vendas apresentado no trimestre anterior, refletindo em maiores taxas de operação dos ativos industriais da companhia no trimestre.

No Brasil, a taxa média de utilização das centrais petroquímicas chegou a 77%, 5 pontos percentuais (pp) acima do 4T22, porém, 9 pp abaixo do mesmo trimestre de 2022 (1T22). Na base trimestral, o resultado se deu “em função do maior volume de produção dada a melhora na demanda no período. Em relação ao 1T22, queda de 9 p.p. em função da adequação da produção frente a menor demanda no período”, explicou a Braskem, em seu relatório divulgado na noite de terça-feira (2/5).

A petroquímica registrou forte baixa na taxa média de utilização de eteno verde, de 78 pp frente ao 1T22 e de 87 pp frente ao 4T22, “em função de parada programada de manutenção para conclusão do projeto de expansão de 30% da capacidade atual de produção da unidade de eteno verde no complexo do Rio Grande do Sul.”

Nos Estados Unidos e Europa, a taxa média de utilização das plantas de Polipropileno (PP) foi de 81%, avanço de 6 pp ante o 4T22, em função, principalmente, da gestão do estoque no trimestre em função de parada programada de manutenção prevista para o 2T23 nos Estados Unidos; e da maior disponibilidade de matéria-prima na Europa e da melhora na confiança do consumidor com a redução da pressão inflacionária relacionada aos preços de energia devido a um inverno menos rigoroso na região.

Na comparação com o 1T22, a taxa média de utilização apresentou queda (-7 pp) para adequar o volume de produção a demanda explicada pelas incertezas econômicas nos Estados Unidos; e pelo cenário econômico e contexto geopolítico global refletido em níveis historicamente elevados de inflação na Europa.

No México a taxa média de utilização das plantas de Polietileno (PE) caiu 9 pp frente ao 1T22 e cresceu 3 pp frente ao trimestre passado. O aumento em relação ao 4T22 se deu em função da priorização do maior consumo de etano fornecido pela Pemex no período, refletindo em um menor consumo de etano importado. Em relação ao 1T22, houe redução para maximizar as vendas com maiores margens neste período, com a redução do fornecimento de etano importado.

VENDAS

As vendas de resinas no mercado brasileiro somaram 884 mil toneladas (kton) aumentaram em relação ao 4T22 (+3%), em linha com o crescimento do mercado brasileiro de resinas, em função da maior demanda de PP e PVC, principalmente, dos setores agrícola, hospitalar e de construção, disse a Braskem. Em relação ao 1T22, o volume de vendas de resinas no mercado brasileiro permaneceu em linha (-0,1%).

As exportações somaram 214 mil toneladas no 1T23, alta de 10% em comparação ao 4T22, em função de maiores oportunidades no mercado internacional para exportação, principalmente de PP. Comparado ao 1T22, as exportações recuaram 0,5%.

A Braskem disse que o volume de vendas de PE Verde alcançou 37 kton, redução na comparação com o 4T22 (-32%) e com o 1T22 (-10%) devido a menor disponibilidade de produto para venda dada a menor taxa de utilização no período em função de parada programada de manutenção para conclusão do projeto de expansão de 30% da capacidade atual de produção.

O volume de vendas dos principais químicos chegou a 78 kton, alta de 5% em relação ao 4T22 e de 13% sobre o 1T22.

Nos EUA e Europa, o volume de vendas de PP chegou a 518 kton, baixa anual de 5% e alta de 1% ante o 1T22. Em relação ao 1T22, o volume de vendas reduziu devido a menor demanda no período explicada pelas incertezas econômicas e pelo processo de desestocagem da cadeia nos Estados Unidos e pelo cenário econômico e contexto geopolítico global refletido em níveis historicamente elevados de inflação na Europa.

No México, o volume de vendas de PE foi de 197 kton, aumento na comparação com o 4T22 (+11%) em função da maior demanda e da maior disponibilidade de produto para venda. Em relação ao 1T22, a redução (-10%) é explicada pela menor disponibilidade de produto para venda dada a menor taxa de utilização no período.