Bolsa atinge novo recorde histórico; dólar fecha estável

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São Paulo – O Ibovespa fechou mais um dia no positivo e renovou as máximas pelo sexto dia consecutivo no interdiário com os investidores animados com as revisões das estimativas para cima do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O principal índice da B3 encerrou os negócios com avanço de 0,50%, aos 130.776,27 pontos. A máxima interdiário foi de 131.190,30 pontos.

Para o economista-chefe Daniel Miraglia, da Integral Group, a Bolsa reflete o otimismo com as revisões para cima do PIB e de inflação que fazem com que a dívida/PIB fique menor que a previsão no início deste ano. “O mercado continua embalado nessa ausência, no curto prazo, de uma preocupação fiscal muito intensa”, afirmou.

Amanhã, segundo Miraglia, o investidor deve ficar atento ao Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGPD-I) por aqui e a balança comercial nos Estados Unidos. Mas reforça que os índices mais importantes da semana são o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), na quarta-feira, e Índice de Preços ao Consumidor (CPI, sigla em inglês) nos Estados Unidos.

Segundo Cristiano Fernandes, diretor da Euroinvest, os bancos estão puxando o índice, mas atribui esse movimento positivo às questões macroeconômicas. “os Estados Unidos manterão a compra de ativos, muitos estrangeiros saindo de dólar e comprando Bolsa e a revisão de projeções para o PIB brasileiro.

As ações dos bancos fecharam em alta. Bradesco (BBDC3 e BBDC4) subiram 1,37% e 1,24%, respectivamente; Itaú (ITUB4) aumentou 2,35% e Santander (SANB11) avançou 1,89%, nessa ordem.

No final da manhã, segundo o analista João Vitor Freitas, da Toro Investimentos, a Bolsa estava fazendo um movimento normal de ajuste. “Depois de ter levado 130 mil pontos, volta um pouco para baixo fazendo uma leve correção”.

Freitas avalia o cenário positivo que impacta o mercado acionário. “Ibovespa renovando máxima atrás de máxima, o dólar chegando perto dos R$ 5, em um contexto de diversas previsões para cima do PIB e as empresas relacionadas a consumo interno começam a evoluir muito bem”, disse.

As commodities, segundo o analista da Toro, estão perdendo um pouco de força embora o cenário seja positivo. “Vemos uma migração para as empresas ligadas à retomada econômica”.

O mercado fica prestando atenção em Brasília com expectativa para os avanços das reformas administrativa e tributária. “Podem ser um driver forte para contribuir com desempenho positivo na Bolsa”.

Hoje o presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) afirmou em um evento do Bradesco BBI que amanhã os líderes partidários vão discutir a abertura da comissão especial para avaliar o texto da reforma administrativa. Ele também disse que Medida Provisória (MP) para a privatização da Eletrobras será votada em hábil, caso seja alterada pelo Senado. O prazo limite para a aprovação é 22 de junho.

Para os analistas da Sul América, de maneira geral, o momento é bom para os ativos na Bolsa, mas as expressivas altas na Bolsa podem sugerir uma acomodação no curto prazo. “Novos avanços dependerão da agenda econômica, evolução da MP da Eletrobras e continuidade da CPI da pandemia”, enfatiza.

No radar dos investidores, segundo Villegas, no curto prazo, seguem a inflação os riscos inflacionários e o impacto de um imposto corporativo mínimo sobre as empresas de tecnologia”.

O dólar comercial fechou praticamente estável (+0,01%) frente ao real, cotado a R$ 5,0370 para venda, em sessão de forte volatilidade e interrompendo a sequência de três dias seguidos de sinal negativo, com investidores calibrando um movimento local e acompanhando o exterior, onde a moeda norte-americana perdeu terreno para as divisas pares e de países emergentes em boa parte do pregão.

O diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik, destaca que a moeda calibrou o movimento no exterior, onde perdeu terreno para moedas pares e de países emergentes, e um movimento local de compras por importadores e tesourarias bancárias após “ficar barata”, ao chegar aos R$ 5,02.

“Movimento que levou o dólar a passear momentaneamente pela faixa dos R$5,07. Depois, renovou mínimas no nível de R$ 5,01 [menor valor intraday desde 14 de dezembro do ano passado]. Perto do encerramento do pregão, o dólar voltou a ganhar valor em um movimento técnico”, comenta.

Após a sessão esvaziada de notícias e de indicadores econômicos, investidores aguardam os números de maio da inflação nos Estados Unidos e aqui, ao longo da semana. Na agenda doméstica, tem ainda os números de vendas no varejo e do setor de serviços, em abril, que podem ajudar a mensurar o resultado da economia doméstica no segundo trimestre.

“A semana será cheia em termos de indicadores econômicos lá fora e no Brasil. O mercado vai monitorar ainda as discussões no Congresso sobre as reformas administrativa e tributária”, destaca a equipe econômica da XP.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) fecharam em alta, concentrando a aversão ao risco na cena local em uma sessão na qual alguns indicadores no exterior acionaram o alarme dos investidores quanto à recuperação da economia global.

Com isso, o DI para janeiro de 2022 encerrou o dia com taxa de 5,110%, de 5,075% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 6,715%, de 6,655%; o DI para janeiro de 2025 ia a 7,79%, de 7,74% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,32%, de 8,27%, na mesma comparação.

Os principais índices do mercado norte-americano terminaram a primeira sessão da semana mistos, com os investidores avaliando uma série de fatores, incluindo as perspectivas econômicas, problemas da cadeia de abastecimento e altas avaliações das ações.

Confira a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos no fechamento:

Dow Jones: -0,36%, 34.630,24 pontos

Nasdaq Composto: +0,49%, 13.881,70 pontos

S&P 500: -0,07%, 4.226,52 pontos