Bolsa bate os 115 mil e renova recordes; dólar fecha estável

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Por Danielle Fonseca e Flávya Pereira

São Paulo – O Ibovespa fechou em alta de 0,71%, aos 115.131,25 pontos, refletindo dados melhores do que o esperado de criação de vagas de trabalho em novembro no Brasil, o que alimentou o clima de otimismo com o mercado local neste fim de ano. A alta das Bolsas norte-americanas também deram sustentação para o Ibovespa renovar a sua máxima histórica pelo terceiro pregão seguido, depois de já ter renovado do recorde intradiário
pelo segundo dia.

Pela manhã, o índice operava em queda, mostrando uma realização de lucros após a alta de ontem, fortemente influenciada pelo vencimento de opções sobre o índice. O volume total negociado hoje foi de R$ 21,9 bilhões.

“O Caged veio bem mais forte do que a expectativa, que era de criação de 47 mil vagas, surpreendeu, e o otimismo já está ampliado no mercado como um todo. Talvez tenha alguns investidores já se posicionando de forma adiantada para janeiro também”, disse o analista da Necton, Glauco Legat. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostrou a criação líquida de 99.232 postos de trabalho em novembro.

Ainda na cena doméstica, investidores aprovaram as declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a reforma tributárias ontem, além de o ministro ter mostrado entusiasmo com privatizações e expectativas de aumento de investimentos no Brasil em 2020. Guedes ainda defendeu uma alternativa à CPMF, o que não é bem visto pelo mercado, mas não faz preço até o momento.

No cenário externo, os mercados acionários nos Estados Unidos também fecharam nas suas máximas históricas e têm mantido o otimismo apesar de a Câmara ter aprovado o impeachment de Trump ontem. A expectativa, agora, é que o Senado, onde a maioria é republicana, rejeite o impeachment.

Entre as ações, as maiores altas foram da Natura (NTCO3 5,69%), da Qualicorp (QUAL3 3,70%) e da CCR (CCRO3 3,95%). Já as maiores baixas foram da Marfrig (MRFG3 -4,39%) da Cogna (COGN3 -3,44%) e da Cielo (CIEL3 -2,75%)

Amanhã, investidores devem aguardar o IPCA-15 de dezembro, além dos dados do PIB do terceiro trimestre dos Estados Unidos e os números sobre renda e gastos dos norte-americanos.

Já o dólar comercial fechou estável no mercado à vista, cotado a R$ 4,0630 para venda, em mais uma sessão lateral, a terceira seguida, e de poucos negócios no mercado doméstico às vésperas dos feriados de fim de ano. É o quarto pregão seguido em que a moeda fechar no patamar de R$ 4,06.

O analista da Correparti, Ricardo Gomes Filho, destaca que a moeda operou com pouca volatilidade, já em ritmo de fim de ano. Já o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado hoje pelo Banco Central (BC), confirmou o processo de recuperação da economia local com a inflação sob controle.

Apesar do movimento lateral, a moeda chegou a cair renovando mínimas a R$ 4,0530 (-0,24%) em meio ao otimismo local com dados econômicos acima do esperado como Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Em novembro, foram criadas 99.232 vagas de trabalho, enquanto no ano, o número chega a 948.344 postos. O resultado foi puxado pela criação de vagas no comércio (+106.834 postos) e serviços (+44.287 postos).

Segundo o operador de câmbio da corretora Advanced, Alessandro Faganello, a evolução das projeções do Produto Interno Bruto (PIB) do RTI sustentam boas perspectivas para o próximo ano. A estimativa passou de 0,9% para 1,2% neste ano e de 1,8% para 2,2% em 2020.

Apesar do bom humor doméstico e revisões positivas da economia, Faganello destaca que quem ainda está esperando pela confirmação da melhora firme do cenário local é o investidor estrangeiro. “Apesar do período próprio para isso, na semana passada, houve saída líquida de US$ 5,4 bilhões. Aqui, só tem investidor local. Mesmo com a bolsa indo a 115 mil pontos”, diz.

Amanhã, na agenda de indicadores, o destaque fica para a última leitura do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no terceiro trimestre. A segunda leitura, divulgada no fim de novembro, apontou crescimento de 2,1% no terceiro trimestre em taxa anualizada, enquanto a expectativa do mercado era de alta de 2,0%. “A depender dos números, pode ditar um rumo para o dólar”, comenta odiretor de uma corretora local.

O operador da Advanced reforça que o movimento deve seguir similar nos próximos dias. “Faltam cinco pregões para encerrar o ano e o período é de giro de negócios reduzido com semanas mais curtas, deixando o terreno mais escorregadio”, acrescenta.