Bolsa cai 10,3% no ano, pior desempenho desde 2021; dólar sobe 27,3% em 2024

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São Paulo -A Bolsa fechou estável, com alta de 0,01%, no último pregão do ano, em um dia fraco de notícias e baixa liquidez, movimento oposto ao exterior.

As ações da Petrobras e petroleiras avançaram. No ano, o Ibovespa caiu 10,3%, o pior desempenho desde 2021. No mês, o índice recuou 4,2%, no trimestre perdeu 8,7% e no semestre registrou queda de 2,9%. O Indice Small Caps baixou 25% em 2024, pior resultado desde 2008.

As ações da Petrobras (PETR 3 e PETR4) subiram 1,46% e 1,48%.

A B3 ficará fechada amanhã (31) e na quarta-feira (01), voltando a funcionar na quinta-feira (02).

O principal índice da B3 subiu 0,01%, aos 120.283,40 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em fevereiro registrou ganho 0,09%, aos 121.640 pontos. O giro financeiro foi de R$ 17,7 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam em queda.

Segundo a Ativa Investimentos, “a bolsa opera estável e com menor liquidez no último pregão do ano. Os destaques positivos ficaram com as ações da Brava Energia (BRAV3), CSN Mineração (CMIN3) e Azul (AZUL4), subindo, respectivamente, 4,20%, 2,79% e 5,35%. Brava Energia opera em forte alta com aval da ANP para início de produção no FPSO Atlanta. Na ponta negativa, CVC (CVCB3) e Asai (ASAI3) caíam 1,42% e 1,74%”.

Rodrigo Alvarenga, sócio da One Investimentos, disse que no último pregão do ano, “a Bolsa está de lado em um dia de baixíssima liquidez, falta de notícias e um exterior negativo. O boletim Focus mostrou que a projeção da inflação para 2025 segue em alta, é a primeira vez que a expectativa de inflação de 2025 superou de 2024”.

Alvarenga disse que “a perspectiva é neutra para o mercado acionário em 2025. O cenário está difícil para o Ibovespa, mas não vejo queda mais forte porque está muito amassado. No curto prazo não enxergo alta significativa para bolsa a não ser que haja alguma indicação que o Lula não seja candidato [à reeleição] em 2026”.

Em relação às ações do Ibovespa, o sócio da One Investimentos disse que as empresas com melhor performance foram Embraer com alta de 150% no ano, Marfrig com +104% e BRF +90% .

“A Embraer está sofrendo tempestade perfeita só notícias positivas, boa parte relacionada com a Boeing [sua concorrente]. Tem demandas por compra de aviões. Já Marfrig e BRF estavam amassadas, o cenário para as empresas mudou ao longo do ano”.

Mais cedo, o Banco Central divulgou os dados do setor público consolidado, que registrou déficit primário de R$6,6 bilhões em novembro, comparado com o déficit de R$37,3 bilhões em igual mês do ano passado.

O resultado de novembro mostrou déficit de R$ 5,7 bilhões no Governo Central e de R$ 1,3 bilhão nas empresas estatais. Já nos governos regionais, houve superávit de R$405 milhões. O resultado do ano ainda não foi fechado.

Mais cedo também foi divulgado o Boletim Focus em que a projeção para a inflação em 2024 caiu de 4,91% para 4,90%, mas para 2025 subiu de 4,84% para 4,96%. As previsões para dólar também foram altistas para o ano que vem- de R$ 5,90 para R$ 5,96.

No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em queda de 0,17%, cotado a R$ 6,1797. A moeda refletiu, na última sessão do ano, a baixa liquidez devido ao período festivo e o fechamento da Ptax. No mês, trimestre, semestre e ano, a divisa estadunidense teve valorização de 2,96%, 13,43%, 10,54% e 27,36%, respectivamente.

A economista-chefe do Ouribank, Cristiane Quartaroli, observa que as discussões sobre as emendas parlamentares, que envolvem o orçamento, tendem a manter o câmbio pressionado e a atmosfera de aversão ao risco.

Diferentemente do câmbio, as taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em alta, após passar a maior parte do dia majoritariamente em queda, impactadas pelos resultados fiscais de novembro.

Por volta das 16h30 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 12,155% de 12,153% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 15,430%, de 15,435, o DI para janeiro de 2027 ia a 15,935%, de 15,855%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 15,880% de 15,775% na mesma comparação.

No exterior, os principais índices de ações do mercado dos Estados Unidos fecharam o pregão em queda, uma das últimas sessões de 2024, potencialmente encerrando um ano marcante para os investidores de forma negativa.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: -0,97%, 42.573,73 pontos
Nasdaq 100: -1,19%, 19.487 pontos
S&P 500: -1,07%, 5.906,94 pontos

Paulo Holland, Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência Safra News