Bolsa, Câmbio e DI fecham em queda

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São Paulo – A Bolsa fechou em queda. O movimento desta terça refletiu o recuo expressivo do setor de mineração e energia.

O principal índice da B3 caiu 0,64%, aos 124.055,50 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em fevereiro recuou 0,70%, aos 124.615 pontos. O giro financeiro foi de R$ 16,2 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam em alta.

Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, o mercado passa por realização e fica a expectativa com os resultados corporativos.

“A bolsa cai com realização, depois de forte alta ontem. O volume é baixo, com projeção de R$ 14 bilhões para o fechamento. Em relação ao corporativo, o setor de bancos tem boa performance, e existe expectativa positiva para os resultados, que começam logo. Na contramão, mineração e siderurgia caem, com Vale puxando bastante o setor, sob impacto de declarações vindas dos Estados Unidos em relação à questão das tarifas e um relatório do Citi trazendo a expectativa de que a demanda por aço ou por minério na China diminua. Hoje a Vale divulga seu relatório de produção [após o fechamento do mercado]. Outra notícia que chamou bastante atenção do mercado foi da Petrobras em que a defasagem de preço [gasolina e diesel] estaria grande com os níveis internacionais, e que a empresa pretende ajustar, principalmente o do diesel. O papel chegou a trabalhar em alta, mas está relativamente para baixo. Tem muitos rumores. Ainda no corporativo saiu uma notícia que o governo era favorável à fusão da Azul com a Gol, e os papéis chegaram a subir”.

Gabriel Mota, operador de renda variável da Manchester Investimentos, disse que o movimento de correção, peso da Vale e exterior.

“Após a alta de ontem, hoje temos correção e a Vale também pressiona o índice pelo peso na composição do Ibovespa. Depois que saiu o lote da Cosan, a gente achou que ela [a mineradora] fosse andar, mas o cenário continua bem negativo. Em termos de fundamento, estamos otimistas, mas de preço não. A Petrobras estava positiva e virou, o que também pesa. Tudo está voltado para o cenário global na questão da Inteligência Artificial, com o Deepseek no radar e as tarifas de importação do Trump”.

O dólar comercial fechou em queda de 0,74%, cotado a R$ 5,8681. A sessão foi marcada pela recuperação da moeda brasileira. As reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) e Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) seguem no radar.

A economista-chefe do Ouribank, Cristiane Quartaroli, entende que o mercado já precifica a alta dos juros brasileiros e a manutenção das taxas estadunideneses.

Quartaroli também observa que um aceno do presidente Donald Trump à China também é visto pelo mercado, contribuindo para a valorização da moeda brasileira.

Para o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, o dólar está descolado do exterior, e caso não surjam novos ruídos fiscais a moeda chegar a R$ 5,70, valor considerado justo no momento no cenário atual.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecham em queda, na contramão dos Treasuries (Títulos do Tesouro norte-americano) que sobem nesta terça-feira.

Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 15,130 de 15,135% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 15,290%, de 15,335%, o DI para janeiro de 2028 ia a 15,145%, de 15,175%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 15,045% de 15,050% na mesma comparação. O dólar opera em queda, cotado a R$ 5,8691 para venda.

Os principais índices de ações do mercado dos Estados Unidos fecharam o pregão em alta, recuperando parte do terreno perdido após uma onda de vendas desencadeada pelo surgimento da startup chinesa DeepSeek, que abalou as ações do setor de tecnologia.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,31%, 44.850,35 pontos

Nasdaq 100: +2,03%, 19.733,6 pontos

S&P 500: +0,92%, 6.067,70 pontos

Paulo Holland, Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência Safra News