Bolsa e dólar fecham em alta com expectativa de votação do pacote fiscal

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São Paulo – A Bolsa fechou em alta. O movimento de hoje refletiu as falas do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre o início da votação do pacote esta semana, somado à ida de integrantes da equipe econômica ao Congresso para explicar as medidas do governo.

O principal índice da B3 subiu 0,92%, aos 123.560,06 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em dezembro recuou 1,14%, aos 124.5698 pontos. A mínima no intradiário foi de 123.560,06 pontos. O giro financeiro foi de R$ 30,3 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam em queda.

Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, disse que a falas do presidente da Câmara, Arthur Lira, (PP-AL), e movimentação da equipe econômica ajudam a acalmar o mercado e bolsa dispara.

“A gente chegou muito próximo ao fundo do poço por causa da situação em torno do fiscal, o governo deixou tudo pra última hora, demorou para anunciar o pacote fiscal, e o ano está terminando e é preciso tomar decisões. O mercado via que o governo estava passivo, depois do dólar chegar a R$ 6,20 e os juros baterem mais 15%, começaram a entender a gravidade da situação. Ao longo do dia entrou em campo a equipe econômica -Dario Durigan, secretário executivo do Ministério da Fazenda- e Guilherme Melo, secretário de Política Econômica- aforam ao Senado para explicar ao pacote. O Lira disse que pretende começar a votação do pacote de gastos”.

Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, disse que “a fala do Lira acalmou bem câmbio. A bolsa foi mais nessa linha de que a alguma coisa do pacote fiscal sai essa semana, e o que precisa de mais tempo, fica no ano que vem”.

Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research disse que o bom desempenho da Bolsa está atrelado aos ativos reais, que andam com as variáveis dominais como o câmbio.
“Esse pregão mostra muito bem o cenário de variáveis nominais disparando. Empresas que têm poder de precificação, que repassam a inflação, receita atrelada ao câmbio. As exportadoras, companhias de energia elétrica indo muito bem, empresas de energia elétrica e bancos. À exceção do Bradesco que vem de um patamar de inadimplência maior e com a política de crédito mais agressiva”.

Apesar dessas ações com boa performance, Larissa ressalta que o ambiente doméstico mais preocupando influencia no pregão.

“A questão legislativa/política, o relatório do Tesouro Nacional de ontem mostrando que para atingir a meta fiscal em 2026 vai precisar de receitas adicionais, algumas desidratações do pacote pelo lado do Congresso e novas normas da ANA estringindo as regras de reajuste de planos de saúde para pequenas e medias empresa”.

O dólar comercial fechou em alta de 0,07%, cotado a R$ 6,0955. A possibilidade de que o Congresso coloque em pauta a reforma tributária e pacote fiscal, ainda hoje, enfraqueceu a divisa estadunidense.

Mais cedo, o Banco Central (BC) realizou dois leilões de dólar à vista. O segundo, explica o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, refletiu no câmbio, ajudando momentaneamente a moeda brasileira. É o quarto dia seguido que a instituição faz o leilão de dólares.

Borsoi explica que o componente político tem pesado sobre o câmbio, e que se o pacote fiscal inicialmente já levantava dúvidas, os indícios de que ele tem sido desidratado no Congresso agravam a situação.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecham mistas, depois de dia de volatilidade.

As taxas abriram em alta com a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na semana passada, que foi considerada hawkish, com uma discussão ampla sobre a piora na qualidade do cenário inflacionário de curto e médio prazo. Pouco depois da metade do pregão, o mercado acalmou com a fala do Secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, que afirmou que não há desidratação no pacote fiscal e que as instituições consideram razoável um pacote de R$ 70 bilhões em dois anos.

Por volta das 17h05 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 12,165% de 11,0150% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 15,175%, de 12,270%, o DI para janeiro de 2027 ia a 15,515%, de 12,325%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 15,420% de 15,470% na mesma comparação. O dólar opera em alta, cotado a R$ 6,0955 para venda.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo negativo, com o Dow registrando sua maior sequência de perdas em 46 anos antes da última reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) neste ano.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o
fechamento:

Dow Jones: -0,61%, 43.449,90 pontos
Nasdaq 100: -0,32%, 20.109,1 pontos
S&P 500: -0,39%, 6.050,61 pontos

 

Paulo Holland, Camila Brunelli e Vanessa Zampronho / Agência Safras News