Bolsa e dólar têm leve queda com cautela e correção em semana de Fed e Copom

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Por Danielle Fonseca e Flávya Pereira

São Paulo – Após uma sequência de cinco dias de alta e de três pregões de renovação de recordes, o Ibovespa fechou em leve queda de 0,13%, aos 110.977,23 pontos, com investidores cautelosos à espera de uma série de eventos e indicadores previstos para esta semana, como as decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e do Comitê de Política Monetária (Copom), na próxima quarta-feira. O volume total negociado foi de R$ 18,5 bilhões.

“O dia foi mais morno, com investidores aguardando o Copom, o Fed e dados que devem sair nesta semana. O índice fica em compasso de espera”, disse o analista da Guide Investimentos, Luís Sales.

Além das decisões de bancos centrais desta semana, o mercado segue esperando novidades sobre as negociações comerciais entre China e Estados Unidos, já que no dia 15 (domingo) entram em vigor tarifas sobre produtos importados chineses. A China também divulgou dados mais fracos da sua balança comercial, impactados pela guerra comercial.

Entre as ações, as de bancos, como os do Itaú Unibanco (ITUB4 1,95%) e do
Bradesco (BBDC4 0,84%) operaram em alta e impediram o índice de acelerar perdas.

Por outro lado, as ações da B3 (B3SE3 -2,95%) ficaram entre as maiores quedas do Ibovespa e pesaram negativamente. Também ficaram entre as maiores perdas ações do Grupo Notre Dame Intermédica (GNDI3 -3,50%), da Yduqs (YDUQ3 -3,83%) e da JBS (JBBS -3,35%).

Os papéis da JBS refletiram a notícia do jornal “Valor Econômico” de
que a companhia fará uma reestruturação na qual irá dividir ativos. No
Brasil, ficarão apenas as atividades de bovinos, couro e subprodutos, já JBS
Global ficarão todas as atividades internacionais mais a Seara. Para o analista da Guide Investimentos, a divisão pode não ser muito interessante, já que os ativos de carne bovina teriam “múltiplos mais baixos”.

Na contramão, as maiores altas foram da Smiles (SMLS3 19,72%), que
refletiram a proposta de incorporação da Smiles feita pela Gol, além dos
papéis da CCR (CCRO3 2,41%) e BTG Pactual (BPAC11 2,37%).

Amanhã, investidores devem ficar atentos aos dados de preços ao produtor e consumidor da China, além de dados e produtividade dos Estados Unidos.

Já o dólar comercial fechou em queda de 0,33% no mercado à vista, cotado a R$ 4,1320 para venda, no menor valor em um mês e na sexta queda consecutiva, em meio à correção local após fortes altas nas semanas anteriores, além do exterior mais positivo depois de oscilar com dados da balança comercial da China abaixo do esperado.

O gerente de mesa de câmbio da Correparti, Guilherme Esquelbek, ressalta o viés de alta na abertura dos negócios, em meio oscilações, acompanhando o desempenho no exterior com dados menores do que o esperado em relação a balança comercial chinesa, principalmente, das exportações. “Reacenderam as preocupações com a desaceleração global”, comenta.

Na segunda parte dos negócios, a moeda mudou de sinal e firmou queda
renovando mínimas a R$ 4,1260 (-0,48%) com correção local após fortes altas nas últimas semanas, entrada de fluxo estrangeiro e acompanhando a
desvalorização da moeda estrangeira frente às moedas pares e de países
emergentes.

Amanhã, com a agenda de indicadores sem destaques, a moeda deverá operar em compasso de espera das decisões do banco central norte-americano, o Federal Reserve (Fed), no qual deverá manter a taxa de juros na faixa entre 1,50% e 1,75% interrompendo um ciclo de três cortes, enquanto o Comitê de Política Monetário (Copom) do Banco Central (BC) deverá seguir com o ciclo de afrouxamento monetário e cortar a taxa de 5,00% para 4,50%.

“A moeda vai operar à espera da super quarta”, comenta o diretor da
corretora Mirae Asset, Pablo Spyer.