São Paulo -A Bolsa fechou em leve alta, praticamente estável, conseguiu se segurar nos 119 mil pontos, com o apoio de Petrobras (PETR3 e PETR4) e setor financeiro. Os investidores esperam por dados de inflação no exterior.
Na ponta positiva, os destaques de alta ficaram para as ações do IRBrasil (IRBR3) e Eneva (ENEV3), que subiram 4,60% e 3,46%, respectivamente. Entre as quedas, Minerva (BEEF3) liderou com -5,31%, seguido de Pão de Açúcar (PCAR3) com perda de 4,71%. As varejistas de supermercados caíram.
A Vale (VALE3) oscilou bastante entre alta e queda de mais de 1%, e fechou estável (-0,01%). A Petrobras (PETR3 e PETR4) avançou 0,07% e 0,35%. Itaú (ITUB4) fechou em alta de 0,71%.
O principal índice da B3 subiu 0,12%, aos 1119.006,93 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em fevereiro registrou queda 0,15%, aos 119.900 pontos. O giro financeiro foi de R$ 16,6 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam mistos.
Daniel Teles, disse que “os responsáveis por segurar o Ibovespa são os grandes bancos, Vale e Petrobras, inclusive a Vale é a ação mais negociada do dia. A Bolsa está de lado e sem perspectiva de recuperação diante de um cenário fiscal preocupante. Com isso, a atratividade de novos investidores continua mais comedida nesse momento”.
Alexsandro Nishimura, economista da Nomos, disse que a Bolsa tentou se recuperar na sessão de hoje.
“O Ibovespa testou uma recuperação mais forte, mas perdeu força durante a tarde, mediante falta de liquidez e desaceleração do avanço de Petrobras e Vale, enquanto setores cíclicos caíram diante das perspectivas de que a inflação acima da meta deve manter a Selic em níveis elevados. A cautela também se deve pelo aguardo de dados importantes de inflação nos EUA e Europa, que podem influenciar as próximas decisões dos bancos centrais”.
Marcelo Boragini, sócio e especialista em renda variável da Davos Investimentos, disse que Petrobras dá o tom positivo para a Bolsa.
“O Ibovespa é puxado, principalmente, pelos papéis da Petrobras que acompanham a alta do petróleo, se recupera voltando ao patamar dos 119 mil pontos. O que chama a atenção é a alta da Petz em meio a relatos de que a fusão entre o grupo e a Cobasi vai receber o aval do Cade ainda nesse trimestre. Nos EUA, a expectativa gira em torno do início da temporada de balanço do quatro trimestre [de 2024] e o mercado em compasso de espera para o CPI [inflação ao consumidor, na quarta, 15] e o PPI [inflação ao produtor, amanhã 14] e a produção industrial [sexta, 17], e aqui o IBC-Br-prévia do PIB- [na quinta, 16] que o mercado vai olhar com lupa. O volume projetado para a Bolsa continua baixo”.
No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em queda de 0,08%, cotado a R$ 6,0979. A moeda refletiu, ao longo da sessão, as incertezas que envolvem os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), já que a economia estadunidense segue emitindo sinais constantes de aquecimento.
De acordo com o analista da Potenza Capital Bruno Komura, “estamos à deriva do que acontece lá fora. Vemos um mercado cauteloso, à espera do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) e índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), que serão divulgados na terça e quarta, respectivamente”.
Vanei Nagem, sócio da Pronto!Invest, disse que o mercado está de lado em compasso de espera.
“O volume não está muito grande. O mercado ainda não decidiu o que fazer, 2025 não começou direito. Internamente continua expectativa com o fiscal, e lá fora menores cortes [de juros] pelo Fed, o que pode até segurar um pouquinho, mas não é nada que vai fazer subir [o dólar] porque os juros altos aqui está garantido por dois meses. O mercado está de lado, ressabiado com essa conjuntura”.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecham em queda após as falas do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, durante o fim de semana, e palestra do diretor de Política Econômica, Dario Guillen, na manhã de hoje.
Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,955% de 14,990% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 15,300%, de 15,415, o DI para janeiro de 2028 ia a 15,330%, de 15,320%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 15,320% de 14,190% na mesma comparação.
No exterior, os principais índices de ações do mercado dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo misto, com os gigantes da tecnologia liderando as perdas em meio à diminuição das esperanças de cortes nas taxas de juros antes do aguardado relatório de inflação ao consumidor desta semana.
Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:
Dow Jones: +0,86%, 42.297,12 pontos
Nasdaq 100: -0,38%, 19.088,1 pontos
S&P 500: +0,15%, 5.836,22 pontos
Paulo Holland, Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência Safras News