Bolsa fecha em alta amparada por ações de peso e Nova York; dólar tem leve queda

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São Paulo -A Bolsa fechou em alta, após operar boa parte do pregão de lado, impulsionada pelo exterior positivo e blue chips em um movimento de apetite ao risco com a proximidade do encerramento do trimestre, amanhã (28). O setor cíclico também avançou.

As blue chips subiam: Itaú (PN, +0,55%), Vale (ON, +0,91%) e Petrobras (ON, +1,21% e PN, +0,79%). Cyrela (ON, +3,59%) MRV (ON, +0,51%) e Eztec (ON, +1,12%).

O principal índice da B3 subiu 0,65%, aos 127.690,62 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em abril avançou 0,60%, aos 128.385 pontos. O giro financeiro foi de R$ 20 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam em alta.

Bruna Sene, analista da Nova Futura Investimentos, disse que a Bolsa começou a definir a direção no período da tarde, após operar de lado toda a primeira metade do pregão.

“A melhora do exterior acabou puxando as blue chips em um movimento de tomada de risco com a proximidade com o fechamento do trimestre Existe uma alta generalizada das ações de peso e cíclicas. O Ibovespa se segura na região dos 126 mil e fica à espera de como ficarão os juros aqui e nos Estados Unidos. O setor de construção civil se destaca, Cyrela subindo mais de 3%, com a aprovação do FGTS futuro para possibilitar o crédito habitacional para as famílias”.

Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research, disse que a Bolsa vem operando mais de lado “com a preocupação pelo descumprimento do fiscal e da reinflação no âmbito doméstico, mas o gatilho pra uma melhora no Indice deve vir do internacional com o corte de juros nos Estados Unidos daqui três meses”.

Larissa disse que esse ano está parecido com 2023, a reversão da média [compra na baixa e vende na alta]. Com a saída dos estrangeiros, fica a falta do dinheiro novo, que seria um dos motivos para explicar a piora do Ibovespa.

“A retirada dos gringos impacta mais as blue chips e este mês foi intensificando pela interferência do governo na Petrobras, Vale e Eletrobras”.

Mais cedo, a queda dos bancos e a alta das commodities metálicas, apesar do recuo do minério de ferro ajudam a equilibrar o Ibovespa. As incorporadoras, como MRV e Direcional, têm bom desempenho beneficiadas pelo programa Minha Casa Minha Vida.

As small caps estão com desempenho melhor que a Bolsa. As varejistas de moda-Grupo Soma, Arezzo e Lojas Renner-, supermercados e Vivara sobem. Nos meses de janeiro e fevereiro tiveram sell of forte e “a aprovação da associação entre Arezzo e Soma pelo Cade ajudam a puxar o setor””

Mais cedo, Ubirajara Silva, gestor de renda variável independente, disse que o setor financeiro puxa o Indice pra baixo, mas a alta da Vale equilibra.

“Os bancos, com peso relevante no índice, estão sofrendo refletindo a alta na curva de juros e o fiscal. A Vale e commodities metálicas sobem acompanhando seus pares em Londres, apesar de mais um dia de queda do minério de ferro com preocupação com a demanda na China. A abertura da curva de juros acaba impactando as ações de empresas do mercado interno como Magazine Luiza. Resultados fracos de empresas ligadas ao mercado interno -CVC teve prejuízo de R$ 75 milhões, Rede DOr cai após anunciar queda de 12% no lucro, fora isso a ata [Copom] mais dura; Petrobras está volátil ainda por conta dos dividendos e defasagem com o peço internacional”.

O dólar fechou em queda de 0,06%, cotado a R$ 4,9798. A moeda refletiu, ao longo da sessão, o ambiente de cautela global. Nem mesmo o leilão de títulos do Tesouro para sete anos, nos Estados Unidos, conseguiu fazer o real deslanchar.

O analista da Potenza Investimentos Bruno Komura, “o leilão do Tesouro, lá fora, ajudou o dólar a perder força”.

Komura acredita que o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de fevereiro, que anunciou a criação de 306 mil vagas ante projeção de 245 mil, “surpreendeu, mas não impactou o dólar”.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecham majoritariamente de lado, mas com movimento altista com as taxas de vértices mais longos, refletindo a preocupação do mercado com o cenário fiscal doméstico.

O DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 9,915%, de 9,930% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 9,885% de 9,885%, o DI para janeiro de 2027 ia a 10,135%, de 10,130%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 10,435% de 10,415% na mesma comparação.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo positivo, se recuperando após vários dias de fechamentos negativos, uma ocorrência que vinha sendo incomum no início um pouco mais otimista para Wall Street no primeiro trimestre de 2024.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +1,22%, 39.760,08 pontos
Nasdaq 100: +0,51%, 16.399,5 pontos
S&P 500: +0,86%, 5.248,49 pontos

 

Com Paulo Holland, Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência CMA