Bolsa fecha em alta apoiada por bancos, Vale, setor cíclico e cautela com Petrobras; dólar sobe

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São Paulo – Em dia de agenda vazia aqui e nos Estados Unidos, a Bolsa fechou em ligeira alta motivada pela recuperação da Vale (VALE3) com notícias positivas para o setor imobiliário chinês, valorização dos bancos e do setor cíclico. Já a Petrobras (PETR 3 e PETR4), os investidores ficam cautelosos com a questão da governança.

As ações do Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) subiram 0,98% e 1,06%, juntas representam mais de 10% do peso no Ibovespa. Os papéis dos frigoríficos foram destaque de alta. JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3) avançaram 3,14% e 2,68%.

A Petrobras (PETR3 e PETR4) caiu 0,99% e 1,19%. Vale (VALE3) subiu 0,64%.

O principal índice da B3 subiu 0,26%, aos 128.006,05 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em abril registrou alta de 0,27%, aos 129.250 pontos. O giro financeiro era de R$ 22,6 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam mistos.

Bruna Sene, analista de investimentos da Nova Futura, disse que o dia é de agenda vazia e sem um fator relevante para motivar uma alta expressiva ou baixa, mas alguns setores auxiliam na leve alta.

“A Vale está se recuperando após um órgão regulador chinês soltar um comunicado dizendo que vai se comprometer em trazer medidas para ajudar o setor imobiliário do país. Já os bancos, à exceção de Banco do Brasil, e o setor cíclico, como Lojas Renner [ON, +2,23%], Cyrela [ON, +1,63%], MRV [ON, +2,15%] e educacionais, sobem em um movimento mais técnico em um momento de baixa dos juros. A China habilitou alguns frigoríficos brasileiros a exportar para lá e o setor se destaca na Bolsa-12 são da JBS, 1 da Marfrig, 2 da Minerva e 1da BRFoods. Em relação à Petrobras, o mercado ainda fica cauteloso por causa da ingerência política na companhia”.

Yan Vasconcellos, sócio da One Investimentos, disse que em dia de agenda vazia, o mercado ainda fica receoso com Petrobras e Vale.

“O investidor mantém o tom de cautela em relação à ingerência política nas duas empresas relevantes no Ibovespa por conta dos últimos eventos envolvendo as companhias. Enquanto o exterior estava em festa nesses dias, aqui não conseguíamos participar. Aqui, o mercado fica receoso que aconteça na Eletrobras [hoje a cia solta resultado do 4T23] o mesmo que ocorreu na Vale. Um outro ponto importante é a saída de muito fluxo estrangeiro; os gringos vêm para a Bolsa movimentar essas duas ações e a incerteza em relação as companhias faz com que haja fuga de capital [no dia 11/3 saiu R$ 1,08 bi da B3 e no ano o saldo negativo está em R$ 22,3 bi]; a queda do minério está relacionada com à questão do setor imobiliário na China e o petróleo está estável. A commodity pode até chegar a 90 dólares, vai depender da Opel e conflitos [geopolíticos]. Vasconcellos também comentou que esse a alta das petroleiras se deve a um movimento de rotação. O investidor que quer manter as ações ligadas ao petróleo na carteira, mas receio com a Petrobras vai para as junior oils”.

O dólar comercial fechou em alta de 0,04%, cotado a R$ 4,9762. A moeda operou de lado a sessão toda, refletindo a falta de indicadores domésticos e globais, além de certa cautela com os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

Segundo o sócio da Top Gain Leonardo Santana, mesmo com o mercado precificando o início dos cortes estadunidenses para junho e a situação interna ser favorável, a moeda brasileira não consegue ganhar força devido à China: “Precisamos ver estes estímulos fazendo efeito”, opina.

Santana destaca que o mercado volta suas atenções para a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), que ocorre na próxima semana, e pode dar sinais sobre o início dos cortes.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecham em leve alta, seguindo os Treasuries (títulos do Tesouro norte-americano) em dia de agenda esvaziada.

O DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 9,838%, de 9,835% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 9,665% de 9,650%, o DI para janeiro de 2027 ia a 9,88%, de 9,880%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 10,175% de 10,209% na mesma comparação.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo misto, com o ciclo de recordes do S&P 500 dando uma pausa enquanto várias gigantes de tecnologia viram suas ações recuarem.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,10%, 39.043,32 pontos
Nasdaq 100: -0,54%, 16.177,8 pontos
S&P 500: -0,19%, 5.165,31 pontos

Com Paulo Holland, Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência CMA