São Paulo -A Bolsa fechou no positivo, com sinais contrários a Nova York, amparada pelas ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) em razão da valorização do petróleo no mercado internacional. O conflito no Oriente Médio foi acompanhado de perto pelo mercado.
As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) subiram 2,67% e 2,66%. Petrorio (PRIO3) avançou 2,14%. A Vale (VALE3) registrou ganho de 0,48%.
O principal índice da B3 subiu 0,51%, aos 132.495,16 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em outubro registrou alta de 0,31%, aos 133.085 pontos. O giro financeiro foi de R$ 23,3 bilhões. Em Nova York, os índices caíram.
Matheus Lima, analista da Top Gain, disse que a Petrobras puxa a bolsa pra cima e o mercado monitora o conflito no Oriente Médio.
“A bolsa está sendo impulsionada pela alta da Petrobras, tem mais de 10% da composição do Ibovespa. A estatal sobe por conta do petróleo com a intensificação do conflito no Oriente Médio. Vale destacar que o dólar não reagiu na mesma intensidade que o petróleo, já que ele [o dólar] é buscadao como um ativo de segurança em cenário de conflito. A gente fica atento se houver uma escalada da crise com aumento de participação de outros países. A alta do petróleo pode causar impacto na cadeia de suprimentos de vários produtos, reflete no preço no combustível. Se dólar intensificar alta, pode acelerar inflação”.
Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, destacou vários pontos para o movimento de hoje, mas as commodities puxam o índice.
“O Brasil descola do mundo com o mercado impulsionado por commodities. O petróleo sobe dada incursão terrestre no Líbano contra o Hezbollah [grupo extremista] e o mercado coloca no preço. A nossa curva de juros está em devolução de prêmio com as treasuries cedendo; feriado da Golden Week na Ásia [bolsas da China, Coreia do Sul e Hong Kong fechadas] diminui liquidez e os dados de atividade nos Estados Unidos mostraram que a economia está mais fraca que o esperado, à exceção do Jolts [relatório de emprego] que veio acima. O mercado espera pelo payroll”.
Mais cedo, o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos divulgou que foram criados 8,04 milhões de postos de trabalho em agosto, uma alta em relação aos 7,711 milhões registrados um mês antes (dado revisado). A previsão era de 7,640 milhões de vagas.
No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em alta de 0,27%, cotado a R$ 5,4627. A moeda refletiu, longo da sessão, a escalada do confronto entre Israel e Irã, além do ruidoso fiscal doméstico.
De acordo com o sócio da Ethimos Investimentos Lucas Brigato, a tensão crescente no Oriente Médio aumenta o sentimento de cautela nos mercados.
Para o head de Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, “ficamos no embate melhor carrego do mundo versus fiscal ruim”.
Weigt entende que até o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) anunciar o próximo corte dos juros, em novembro, o mercado deve apresentar volatilidade: “As opiniões estão extremamente divididas”.
Diferentemente do dólar, as taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecham majoritariamente em queda, ainda sem abalos após o míssil que Irã teria lançado sobre Israel. Especialistas dizem que o mercado deverá sentir o baque quando o preço do petróleo começar subir a ponto de atingir o combustível no Brasil. E a inflação.
Por volta das 16h45 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 11,014% de 11,005% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 12,250%, de 12,325%, o DI para janeiro de 2027 ia a 12,295%, de 12,395%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 12,335% de 12,390% na mesma comparação.
No mercado externo, os principais índices de ações do mercado dos Estados Unidos fecharam o pregão desta terça-feira em queda, à medida que o aumento das tensões no Oriente Médio afetou o sentimento dos investidores globais. Mais cedo, o Irã lançou cerca de 200 mísseis contra Israel, levando investidores a buscar segurança e vender ativos de maior risco.
Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:
Dow Jones: -0,41%, 42.156,97 pontos
Nasdaq 100: -1,53%, 17.910,4 pontos
S&P 500: -0,93%, 5.708,75 pontos
Camila Brunelli, Paulo Holland e Larissa Bernardes / Agência Safras News